Sexta, 5 de maio de 2017
Entram 103 agora, mas saíram 213 de janeiro de 2016 a março de 2017. Outros 150 podem se aposentar ainda este ano.
Do SindMédico
O
governador Rodrigo Rollemberg anunciou a contratação de 103 novos
médicos para os quadros da Secretaria de Saúde do DF. No entanto, de
janeiro de 2016 a março de 2017, foram contratados apenas 17
profissionais da área, enquanto saíram 213. Só em março, saíram 66
médicos e apenas dois deles por motivo de aposentadoria.
Segundo
o vice-presidente do SindMédico-DF, Carlos Fernando, a maior parte das
exonerações se deve à falta de condições de trabalho e ao não pagamento
das gratificações de titulação e insalubridade aos profissionais que
assumiram a partir de 2015.
Para
piorar, segundo dados disponíveis no Portal da Transparência do DF,
este ano, 148 médicos completam 30 anos ou mais de trabalho, um dos
pré-requisitos básicos para aposentadoria. “Com a ameaça da reforma da
Previdência, a perseguição do governo Rollemberg aos servidores e o
declínio das condições de trabalho do profissional da saúde e da
assistência à população, a tendência é um grande número de
aposentadorias este ano”, indica Carlos Fernando.
Só
na UPA de Ceilândia se perdeu 19 clínicos desde 2016. Hoje restam
apenas 17 e também não existe pessoal de enfermagem suficiente para
fechar as escalas de trabalho. Este ano, de 22 pediatras nomeados para
atuar por contrato temporário de um ano, no Pronto Atendimento Infantil
do Hospital Regional do Gama, 17 deixaram o emprego antes mesmo de
completar um mês no cargo.
“Fizemos
um trabalho de recomposição dos salários para ingresso na carreira, em
2013. O atual governo, com os cortes de gratificação que está
promovendo, está levando os salários de volta para 2011, quando não se
conseguia contratar ninguém. Já vimos essa história e não há nenhuma
garantia de que esses 103 novos nomeados permaneçam ou sequer que
venham a tomar posse”, aponta o vice-presidente do SindMédico-DF.
Ainda
segundo o Portal da Transparência e a Lei 5.277/2013, as vagas
existentes para o quadro médico do GDF chegavam, em março, a 4.599.