Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 29 de março de 2018

José Yunes, Coronel Lima: PF prende homens de confiança de Temer

Quinta, 29 de março de 2018

Antonio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, e o ex-ministro Wagner Rossi também foram presos


O advogado José Yunes e o presidente Michel Temer, em uma imagem de arquivo.  FOLHAPRESS

Do El País — Brasil

Dois homens do círculo mais próximo do presidente Michel Temer, o ex-assessor especial da Presidência José Yunes e o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima, foram presos na manhã desta quinta-feira, 29 de março, em operação deflagrada pela Polícia Federal. O coronel Lima apareceu nas tramas de corrupção reveladas pela Operação Lava Jato, acusado de ser um intermediário do presidente. Já o advogado José Yunes pediu demissão do cargo de assessor especial da Presidência em 2016 ao ser citado na delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho. Segundo o delator, parte dos 10 milhões de reais repassados em 2014 ao MDB teriam sido pagos no escritório de Yunes – fato que ele nega.
Advogado de Yunes, José Luis Oliveira Lima considerou a prisão de seu cliente ilegal e disse ser uma violência contra a cidadania. “É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimidado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar”, disse Lima em nota.
Também foram presos nesta quinta-feira o empresário Antonio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos; o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi (MDB). Em nota, os advogados de Rossi criticaram as "abusivas medidas tomadas" e lembraram que até agora ele nunca foi chamado a depor embora "pode ser facilmente encontrado para qualquer esclarecimento". O ex-ministro, disse a nota, "aposentou-se há sete anos" e desde então "nunca mais atuou profissionalmente na vida pública e privada" nem participou de campanhas eleitorais.
As prisões, confirmadas ao EL PAÍS pela Procuradoria-Geral da República (PGR), são parte da Operação Skala, deflagrada em São Paulo e no Rio de Janeiro e autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Polícia Federal informou que não vai se manifestar “a respeito das diligências realizadas na presente data” por determinação do Supremo.