Segunda, 26 de março de 2018
Por
Hélio Doyle*

Pesquisas realizadas recentemente e o sentimento do pulso dos
brasilienses dão algumas indicações que deveriam ser consideradas por
candidatos e seus estrategistas:
- Seis a sete entre 10 eleitores não simpatizam com nenhum dos possíveis candidatos já colocados. Estima-se que um quarto dos eleitores tem forte tendência a anular o voto, se os candidatos forem esses. A rejeição aos políticos tradicionais continua altíssima e são bem poucos os eleitores que conhecem os candidatos que fogem dos padrões tradicionais, como Alexandre Guerra (Novo), Fátima de Sousa (PSol) e Paulo Chagas (PRP).
- Se os pré-candidatos do tronco rorizista-arrudista estão aguardando uma pesquisa para saber qual deles está mais bem colocado e deve ser o cabeça de chapa do grupo, podem economizar o dinheiro: é Jofran Frejat (PR), muito à frente de Alberto Fraga (DEM), Izalci Lucas (PSDB) e Alírio Neto (PTB).
- É enorme o risco de o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não ir sequer para o segundo turno. Pode-se dizer que oito em 10 eleitores desaprovam sua gestão e nem todos, entre os poucos que a aprovam, pretendem votar nele. Para a maioria, neste governo Brasília ficou pior do que antes. A chance de Rollemberg é se tornar o “voto útil” no segundo turno, se chegar nele, contra um candidato do grupo à direita, especialmente se não for Frejat.
- Fala-se nos deputados distritais Joe Valle (PDT) para governador e Chico Leite (Rede) para senador, embora esses dois partidos tenham candidatos à presidência já declarados (Ciro Gomes e Marina Silva). Mas, se a dupla for essa, faria mais sentido, hoje, inverter a chapa, pois Chico Leite tem mais do que o dobro das intenções de voto de Joe Valle.
- O PT ainda não tem candidato a governador, mas é real a possibilidade de, pela primeira vez, não estar entre os três primeiros colocados.
- De qualquer maneira, nenhum candidato anunciado tem intenção de voto significativa até agora. Nem Frejat, que está à frente dos demais.
- As duas cadeiras em disputa para o Senado estão mais para o senador Cristovam Buarque (PPS) e para Jofran Frejat ou para o deputado Alberto Fraga, se não forem candidatos ao governo. As chances de Leila do Vôlei (PRB) e Chico Leite não devem ser desconsideradas. Mas a maioria do eleitorado também não sabe ainda em quem votar para senador.
Nada, mas nada mesmo, porém, pode ser considerado definitivo. O
quadro atual, que em si já é incerto, pode sofrer inúmeras mudanças
diante de variáveis como as candidaturas à presidência da República, as
definições finais de candidatos e coligações e, claro, a campanha que
cada um conseguirá fazer. O enorme número de eleitores que não sabem em
quem votar ou não querem votar em ninguém pode mudar todo o quadro, se
houver migração deles para algum candidato.
Fonte: Blog do Hélio Doyle