Quarta, 28 de novembro de 2012
São 68 pessoas acusadas de
assassinatos, torturas e desaparecimentos políticos realizados na Escola
de Mecânica da Armada. Serão ouvidas cerca de 900 testemunhas sobre
casos de 789 vítimas.
Em Buenos Aires, capital da Argentina, tem início
nesta quarta-feira (28) o maior julgamento de crimes de violações de
direitos humanos cometidos durante a ditadura militar do país
(1976-1983). São 68 pessoas acusadas de assassinatos, torturas e
desaparecimentos políticos realizados na Escola de Mecânica da Armada
(ESMA). Na época, o local abrigava o maior centro clandestino de prisão e
tortura do país.
Serão julgados militares da Marinha e do Exército, policiais federais
e funcionários da Prefeitura Naval e do Serviço Penitenciário. Além de
dois civis, um advogado é acusado de participar de torturas e
assassinatos e o outro é o ex-ministro de Economia durante a ditadura,
José Alfredo Martínez de Hoz.
Pela primeira vez irão a juízo pessoas ligadas aos desaparecimentos
conhecidos como “voos da morte”, em que militares ou seus subordinados
sedavam presos políticos e os jogavam do alto de aviões no mar ou no Rio
da Prata. Passarão pelo júri oito pilotos e tripulantes acusados de 50
homicídios desse tipo.
O julgamento deve durar dois anos e serão ouvidas cerca de 900
testemunhas sobre casos de 789 vítimas, das quais aproximadamente um
terço é sobrevivente. Dos 68 réus, 16 já foram condenados, em 2011, por
crimes cometidos na ditadura, como roubos de bebês, assassinatos e
torturas.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.
28/11/12
*Com informações do Opera Mundi.