Quarta, 28 de novembro de 2012
O consórcio Norte Energia vai
receber do Banco a quantia recorde de R$ 22,5 bilhões. Enquanto isso, as
pessoas impactadas pela obra vivem sem saber onde vão morar ou como
irão sobreviver.
O consórcio Norte Energia, responsável pela
hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, vai receber o maior empréstimo da
história do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
para um único projeto. São R$ 22,5 bilhões financiados em um prazo de
30 anos.
Para as ações socioambientais previstas na licença concedida pelo
Ibama serão destinadas uma parte, R$ 3,2 bilhões. Já o Comitê Gestor do
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Xingu irá receber um empréstimo
de R$ 500 milhões.
Muitas polêmicas envolvem a hidrelétrica, que será a terceira maior
do mundo. Greves de trabalhadores e protestos de indígenas, ribeirinhos e
pescadores atingidos pela usina já paralisaram a sua construção
diversas vezes.
Com o barramento na região de Volta Grande do Xingu, uma parte da
água será desviada, o que traz impactos para a sobrevivência da
população local. Outras comunidades terão que deixar a área. Só para o
município de Altamira, a Norte Energia irá transferir 5,2 mil famílias.
Segundo o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),
Antonio Claret, que atua na região, as pessoas impactadas pela obra
vivem sem saber onde vão morar ou como irão sobreviver.
“É uma insegurança total. Pelos dados que nós temos, no geral, 70% das pessoas ou são mal indenizadas ou ficam sem indenização.”
O início das obras se deu no primeiro semestre de 2011. A usina começará a operar em fevereiro de 2015.
O consórcio Norte Energia é formado pela Eletrobrás, Chesf,
Eletronorte, Neoenergia, Cemig, Light, J. Malucelli Energia, Vale e a
siderúrgica Sinobrás. Além dos fundos de pensão Petros (da Petrobrás) e
Funcef (da Caixa).
De São Paulo, da Radioagência NP, Vivian Fernandes.