Quarta, 17 de maio de 2017
Do SindMédico
Em visita do SindMédico-DF na tarde desta terça-feira (16), pacientes e profissionais da UPA de Ceilândia relataram o abandono em que se encontra a unidade.
Do SindMédico (17/5/2017)
Não é preciso sequer entrar na Unidade
de Pronto-Atendimento (UPA) de Ceilândia para ter ideia do caos em que a
unidade tem funcionado. Do lado de fora, na porta, pacientes clamam por
uma solução. São centenas. Idosos, crianças e acompanhantes, que sofrem
a angústia de não saber os próximos passos após o atendimento. “Quando
assumiu, o governador disse que o primeiro problema que iria resolver
era o da saúde. Cadê? Até agora nada. Só piorou”, reclama Francisca de
Aguiar, cuja mãe, de 89 anos, está com pneumonia e tem insuficiência
renal.
Do lado de dentro da UPA, o cenário não é
muito diferente: déficit de médicos, enfermeiros e técnicos de
enfermagem. A equipe se desdobra para dar conta da demanda, que só
aumenta a cada dia, especialmente após a decisão da Superintendência da
Região Oeste (que engloba Ceilândia e Brazlândia) de concentrar o
atendimento em clínica médica de Ceilândia na Unidade de
Pronto-Atendimento. Segundo a própria equipe que trabalha no local, “é
impossível” atender a todos que precisam nas atuais condições.
Na lista de problemas, relataram os
profissionais durante a visita do Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF)
figuram a falta de medicamentos, como insulina e antibióticos, a
ausência de aparelho de Raios-X, que está quebrado e os pontos de
oxigênio são insuficientes. Também não tem Omeprazol para os casos de
hemorragia digestiva. A maioria dos pacientes com insuficiência renal,
contaram, “morrem sem hemodiálise”.
Especialmente nos turnos diurnos de
plantão é comum haver apenas um médico. A promessa, da Superintendência
da Região Oeste, era manter constantemente dois médicos no período
diurno e três no período noturno.
O funcionamento em desconformidade com
as exigências do Ministério da Saúde já motivou a suspensão dos repasses
federais mensais de R$ 500 mil para aquela Unidade, em 2016. Na última
semana, a falta de condições de assistência levou o Conselho Regional de
Medicina do DF a notificar a Secretaria de Saúde do indicativo de
interdição ética. Se não forem corrigidos os problemas existentes, os
médicos da UPA de Ceilândia terão que atender os pacientes em local que
ofereça as condições mínimas exigidas.
“O que vimos aqui hoje é um absurdo.
Queremos soluções por parte da gestão da Secretaria de Saúde e do
Governo do Distrito Federal”, afirmou o presidente do SindMédico-DF,
Gutemberg Fialho. O vice-presidente, Carlos Fernando da Silva, que
também acompanhou a visita, completou: “o atual governo completou dois
anos deixando a saúde totalmente abandonada. Nem a população nem os
profissionais da Saúde aguentam mais.”
Ainda nesta semana, o presidente do
Sindicato dos Médicos e o vice voltarão à UPA de Ceilândia para ver se
os problemas relatados nesta primeira visita foram solucionados pela
gestão. O SindMédico-DF está de olho na UPA de Ceilândia!