Quinta, 15 de junho de 2017
Kariane Costa - Repórter do Radiojornalismo
O
procurador-geral da república, Rodrigo Janot, reforçou o pedido de
prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) por entender que o
parlamentar continua exercendo funções políticas, contrariando decisão
do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que o afastou do
cargo no dia 18 de maio.
Ao reiterar o pedido, Janot citou
uma postagem no Facebook feita por Aécio no dia 30 de maio, em que o
senador afastado aparece em uma foto acompanhado dos senadores Tasso
Jereissati (CE), Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha Lima (PB) e José
Serra (SP), colegas de partido. “Na pauta, votações no Congresso e a
agenda política”, escreveu Aécio na legenda.
Segundo Janot, Aécio
Neves faz “uso espúrio do poder político” e isso é possibilitado pelo
“aspecto dinâmico de sua condição de congressista representado pelo
próprio exercício do mandato em suas diversas dimensões, inclusive a da
influência sobre pessoas em posição de poder”.
O procurador-geral
argumenta que o senador afastado pode atrapalhar as investigações, pois
tem plena liberdade de movimentação e de acesso a pessoas e
instituições, “o que lhe permite manter encontros indevidos em lugares
inadequados”.
O julgamento do pedido de prisão de Aécio pelo STF
está marcado para a próxima terça-feira, 20. O pedido da procuradoria
será analisado pela primeira Turma da Corte.
Em nota, a
assessoria de Aécio Neves informou que o senador afastado tem cumprido
integralmente a decisão do ministro Edson Fachin e se mantém afastado
das atividades parlamentares. “Entre as cautelares determinadas não
consta o impedimento de receber visitas e discutir como cidadão, e não
como parlamentar, assuntos diversos”, diz o texto.