Terça, 7 de janeiro de 2014
Manifestantes protestam contra demolição de casas em comunidade próxima ao Maracanã
Vinícius Lisboa, repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Dezenas de pessoas protestam neste momento contra a
demolição de casas da Comunidade do Metrô, que fica às margens da
Avenida Radial Oeste e próxima ao Estádio Jornalista Mário Filho
(Maracanã), na zona norte do Rio. O trabalho de demolição está sendo
feito pela prefeitura para que seja construído um parque no local. Os
moradores denunciam que, se saírem das casas, terão que ir para abrigos
da prefeitura, e reivindicam o pagamento de aluguel social.
Durante o protesto, os manifestantes
chegaram a fechar a Avenida Radial Oeste, uma das principais vias de
ligação entre a zona norte e o centro da cidade, e colocaram fogo em
pedaços de madeira. Houve confronto entre manifestantes e policiais, que
usaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. Neste
momento, apenas uma faixa no sentido zona norte continua interditada,
mas a todo momento os manifestantes tentam fechar novamente a via.
Segundo o subprefeito da zona norte, André
Santos, os manifestantes não têm direito a aluguel social ou a
indenização porque invadiram casas que já haviam sido desocupadas pela
prefeitura nos últimos quatro anos. Ele explica que os moradores
originais já foram contemplados com aluguel social ou com imóveis do
Programa Minha Casa, Minha Vida.
Desde 2010, a prefeitura já demoliu cerca
de 400 dos 600 imóveis que existiam no local. As demolições devem ser
concluídas em um mês. O local está tomado por entulhos, casas
parcialmente demolidas, esgoto a céu aberto e valas. Os moradores
atuais, no entanto, foram avisados somente no momento da derrubada dos
imóveis de que deveriam sair.
Uma moradora, que se identificou apenas
como Maria, de 58 anos, conta que se mudou há pouco tempo para uma das
casas desocupadas porque o filho ficou desempregado. Eles moravam de
aluguel e, sem emprego, o filho e a nora não puderam mais pagar pelo
imóvel. “A gente não tem mais para onde ir agora. Ou a gente fica aqui
ou vai para debaixo da ponte”, diz.