Domingo, 14 de fevereiro de 2010
Lembrança dos meus carnavais de antigamente em Salvador. Quando poucas cordas havia nas ruas de Salvador, quando o povão pulava livremente atrás dos trios elétricos, quando estes caminhões de som não eram submetidos aos caprichos de blocos.
Saudades do Bloco Filhos da Pauta, o bloco dos funcionários do jornal Tribuna da Bahia, bloco que não tinha horário certo para sair e muito menos horário para terminar o "desfile". Bloco que teve alguns problemas para usar o nome. A Polícia Federal, por estarmos nos anos de chumbo, tentou convencer a direção do bloco a mudar de nome. Filhos da Pauta era lá nome para se usar em plena ditadura? O nome sugerido pelo delegado federal, crente que havia tido uma boa idéia, era "Os Tribunos" (de Tribuna da Bahia). Com esse nome não haveria bloco. Nenhum filho da pauta se considerava um tribuno. Era filho da pauta, e pronto.
Nos Filhos da Pauta, corda mesmo só na "concentração", pois nenhum dos filhos queria pular segurando as cordas, e naquele tempo não havia essa história de "cordeiros" (pessoas que ganham uma miséria para segurar as cordas dos blocos de Salvador). E corda para quê?
Saudades do Carnaval em que, de mortalha e não de abadá, se ia atrás dos trios de Dodô e Osmar, dos Novos Baianos, de trios que traziam Gal Costa, Betânia, Gilberto Gil, Caetano, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes, Baby Consuelo. De trios como o Tapajós, que completa agora mais de meio século de carnaval. Carnaval que não era espremido por cordas, nem por camarotes que atravancam as ruas, a festa, e que representam, infelizmente, a volta da elitização do carnaval. O carnaval de Salvador saiu dos salões e foi para as ruas. Agora, sai das ruas e volta para o salão, que, modernamente, são esses camarotes que enfeiam o carnaval da Bahia. Saudades da época que só não ia atrás do trio elétrico aquele que já havia morrido. Não era como hoje, que para se ir atrás do trio elétrico tem que se pagar uma fortuna para sair em algum bloco.
Saudades do Bloco Filhos da Pauta, o bloco dos funcionários do jornal Tribuna da Bahia, bloco que não tinha horário certo para sair e muito menos horário para terminar o "desfile". Bloco que teve alguns problemas para usar o nome. A Polícia Federal, por estarmos nos anos de chumbo, tentou convencer a direção do bloco a mudar de nome. Filhos da Pauta era lá nome para se usar em plena ditadura? O nome sugerido pelo delegado federal, crente que havia tido uma boa idéia, era "Os Tribunos" (de Tribuna da Bahia). Com esse nome não haveria bloco. Nenhum filho da pauta se considerava um tribuno. Era filho da pauta, e pronto.
Nos Filhos da Pauta, corda mesmo só na "concentração", pois nenhum dos filhos queria pular segurando as cordas, e naquele tempo não havia essa história de "cordeiros" (pessoas que ganham uma miséria para segurar as cordas dos blocos de Salvador). E corda para quê?
Saudades do Carnaval em que, de mortalha e não de abadá, se ia atrás dos trios de Dodô e Osmar, dos Novos Baianos, de trios que traziam Gal Costa, Betânia, Gilberto Gil, Caetano, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor, Pepeu Gomes, Baby Consuelo. De trios como o Tapajós, que completa agora mais de meio século de carnaval. Carnaval que não era espremido por cordas, nem por camarotes que atravancam as ruas, a festa, e que representam, infelizmente, a volta da elitização do carnaval. O carnaval de Salvador saiu dos salões e foi para as ruas. Agora, sai das ruas e volta para o salão, que, modernamente, são esses camarotes que enfeiam o carnaval da Bahia. Saudades da época que só não ia atrás do trio elétrico aquele que já havia morrido. Não era como hoje, que para se ir atrás do trio elétrico tem que se pagar uma fortuna para sair em algum bloco.
O Trio Tapajós dos velhos carnavais.