Sábado, 2 de junho de 2017
Nielmar de Oliveira – da Agência Brasil
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro
(MPF/RJ), no Rio de Janeiro (RJ), apresentou nova denúncia pelo crime de
lavagem de dinheiro contra o ex-governador Sérgio Cabral, por meio da
Força Tarefa da Lava Jato. Também foram denunciados a primeira mulher de
Cabral, Susana Neves, o dono e o contador da FW Engenharia, Flávio
Werneck e Alberto Conde.
Foram denunciados ainda pelo MPF/RJ o
irmão do governador, Maurício Cabral, e um dos operadores do esquema,
Carlos Miranda. Em nota, o MPF informou que os episódios de lavagem
relatados na denúncia se referem ao uso da empresa Survey Mar e
Serviços, ligada a Flávio Werneck, para dar aparência lícita ao
pagamento de R$ 1,7 milhão em propina, no âmbito do esquema montado pelo
ex-governador.
Segundo
a denúncia, a nona apresentada contra Cabral no Rio de Janeiro, os
pagamentos feitos pela Survey ocorreram em função de benefícios
recebidos pela FW Engenharia, de propriedade de Werneck, em contratos
com o governo do Estado do Rio de Janeiro, durante a gestão de Cabral.
“Entre 2007 e 2014, o volume de contratos da empresa com o governo
aumentou 37 vezes e incluiu obras expressivas, como a urbanização do
Complexo de Manguinhos”, diz o MPF.
O Ministério Público Federal
sustenta, na denuncia, que o responsável pela operacionalização dos
pagamentos era Alberto Conde, contador da FW Engenharia. Para vablizar o
esquema de propina, a empresa Survey foi registrada em nome de sua
filha e de um ex-funcionário seu, tendo como atividade principal o
reparo e a manutenção de computadores.
No entanto, o próprio
denunciado informou que os proprietários, declarados como donos da
empresa, não tinham qualquer relação com a atividade econômica
supostamente exercida ou ingerência sobre os pagamentos efetuados pela
mesma.
“A denúncia elucida que, em verdade, os pagamentos eram
realizados por orientação de Flávio Werneck, que depositava na conta do
Survey, por meio da FW Engenharia, os valores que seriam depois
repassados a outras empresas de fachada”, diz a nota do MPF.