Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Desinformado, sem saber do que estava para acontecer, Bolsonaro insistia na repetição do lugar comum: "No meu governo não existe desunião"

Quarta, 8 de maio de 2019
Por
Helio Fernanes*

Na verdade, todos brigam com todos, sob o comando do próprio capitão, que estimula a mais completa desarmonia. Os ministros se desentendem entre si, todos ou quase todos são "olavistas", que manda e desmanda, protegido, privilegiado e favorecido pelo próprio capitão.

Como Olavo de Carvalho tem reconhecida ascendência sobre Bolsonaro e o Planalto, seu poder tem sido incontestável e incontrastável. Mas agora a situação de intimidação geral chegou a um limite que não podia continuar. E não vai continuar.

Entrou em campo o reforço poderoso, com todas as credenciais para virar o jogo e restabelecer a tranquilidade no governo (desgoverno) e no país. E ajudando o próprio Bolsonaro, se é que ele tem condição de ser ajudado.

Esse personagem que entrou em campo ontem e já virou o jogo e o placar, é o general Villas Bôas. Democrata, respeitadíssimo como comandante do Exército, foi o mais importante nos mais diversos regimes democráticos. Agora, como assessor especial do Planalto, constatou que não podiam coexistir, o regime democrático e o poder do "olavismo".

Combateu o bom combate, divulgou uma longa e competentíssima análise sobre a atuação do agora  ex-guru. Precisa ser lida e republicada com a maior intensidade. Ele mesmo resume o que o "olavismo" representa, numa síntese genial:"Olavo de Carvalho age como Trotski de direita" .

Os restos políticos e intelectuais do "olavismo", estão espalhados e agora ignorados até mesmo entre os que seguiam CEGAMENTE. 

(A palavra exata a ser interpretada da forma mais ampla).

PS -Mais um grande serviço que o general Villas Bôas presta ao país.

PS2- Diminuiu o poder avassalador que o Planalto tem sobre as redes sociais.

PS3- Ninguém quer censura. E sim mais liberdade, muita liberdade.

PS4- Para que as redes não sejam uma fortaleza do ódio, da revanche e da vingança.

À MEDIDA QUE O DESGOVERNO DO CAPITÃO IMPÕE SUA INCOMPETÊNCIA, CRESCE O DESEMPREGO

É a mais cruel, selvagem e devastadora punição contra o cidadão. Na última pesquisa feita pela CNI (Confederação Nacional da Industria) os números representam verdadeira tragédia. E sem solução a curto ou longo prazo.

Resultado do levantamento, sem alteração ou retoque: "14 milhões e 300 mil desempregados. 40 milhões que se consideram sub-utilizados, gostariam de trabalhar mais, serem melhor aproveitados".

Isso caracteriza o  desleixo do desgoverno do capitão.

É recorde absoluto, nunca houve tanta gente querendo e precisando trabalhar, procurando e não encontrando onde. E a pesquisa não inclui os que desistiram de procurar. A resposta do desgoverno do capitão é uma farsa ou mistificação.

Joga tudo para o futuro, depois da "milagrosa" aprovação da Nova Previdência. Pode até ser aprovada, mas não será executada pelo menos como o capitão e o super ministro da Economia do seu desgoverno, propagam e apregoam.

Hoje quero comentar apenas os efeitos do projeto, sobre o trágico e IRREVERSÍVEL desemprego. O capitão e seu ministro cúmplice, garantem com a segurança dos irresponsáveis: "Em 10 anos criaremos 8 milhões de empregos".

Total inverdade. Mas mesmo que conseguissem, como é que 8 milhões de empregos, preencheriam ou empregariam 14 milhões de desempregados?

Podem tentar enganar todos os brasileiros. Mas não enganarão ou mistificarão a aritmética ou a matemática, convencendo alguém que 8 milhões de vagas abrigarão 14 milhões de desempregados. Sem contar os desempregados que surgirão nesses10 anos.

O desgoverno do capitão é periclitante, sem passado, presente ou futuro.

BOLSONARO TENTANDO DESMENTIR A REALIDADE. AQUI, (seu desgoverno) NÃO EXISTE DIVISÃO ENTRE MILITARES E OLAVISTAS, TODOS TÊM O MESMO OBJETIVO

O capitão não tem o menor senso de humor. Mas suas declarações provocam enormes gargalhadas. Só que além disso, aumenta a divergência "militaristas- Olavistas", jogando mais profundidade na crise permanente que domina o desgoverno Bolsonaro.

O capitão briga com amigos e correligionários, como se fosse oposição. E sempre contraditório, a cada afirmação vem logo um desmentido. Um dos mais competentes e importantes generais-ministros-com passado de combatente no exterior, pela paz e pela LIBERDADE esse, não individual e sim coletiva, é Santos Cruz.

Com todo passado e presente, não escapou de ser crucificado nas redes sociais controladas e dominadas de dentro do Planalto, com a participação do próprio capitão. Cansado de servir de alvo principalmente do grupo de Olavo de Carvalho, (sendo repetida e pessoalmente agredido pelo guru do capitão) o general ministro foi conversar com Bolsonaro.

Levou mais de 1 hora, com o capitão desautorizando totalmente o auxiliar. Até 3 da tarde, olavistas e a gangue das redes, pareciam vitoriosos e apoiados abertamente pelo capitão

SANTOS CRUZ, GENERAL E MINISTRO, EX-COMBATENTE NO EXTERIOR  E DEFENSOR INTRANSIGENTE DA LIBERDADE DE IMPRENSA, É A NOVA VÍTIMA DA QUADRILHA QUE COMANDA AS REDES SOCIAIS

Essa quadrilha (verdadeira gangue) é comandada de dentro do Planalto.

Com o conhecimento, autorização, e a participação diária do capitão inesperadamente transformado em presidente da República.

A revolta contra o general ministro é que ele além de ter sido combatente (o que poucos foram, incluindo o capitão que antes de qualquer combate foi expulso do Exército), com armas, agora defende a liberdade não com armas, mas com palavras vibrantes e convincentes.

Uma frase publicada por ele, que irritou a quadrilha do Planalto: "Não se pode silenciar a liberdade". Como esse grupelho que comanda as redes protegidos e favorecidos pelo Planalto, defende precisamente o contrário, resolveram atacá-lo desabridamente.

Anteontem, o general ministro foi ao Alvorada conversar com o capitão presidente. Contou tudo o que ele já sabia, e teve como resposta uma reprimenda, quase uma condenação, bem perto da demissão. O que não ocorreu por falta de coragem do capitão. (O que já havia ficado demonstrado quando duramente atacado pelo Prefeito de Nova York, não respondeu, pediu ao vice General Mourão, que respondesse por ele. O que aconteceu).

O general ministro, têm passado exuberante e altamente representativo, e por causa disso, não corre o risco de perder o cargo. Mas ficará praticamente como refém da quadrilha que age de dentro do Planalto com a proteção do capitão presidente.

O CAPITÃO ALMOÇA COM MILITARES

Ontem, depois da intervenção do ex-comandante do Exercito, general Villas Bôas, tentou tardiamente uma conciliação, que ele mesmo criou e agravou. Ficou como sempre exibindo aquele riso alvar. E acredita que acabou toda a discórdia.

*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.