Terça, 5 de maio de 2020
Por
Helio Fernandes*
Tentou reverter o fracasso terrível da véspera, quando foi criticado dura e pessoalmente, por todas as forças representativas do país. Judiciário, (Ministros do STF) constitucionalistas consagrados e respeitados, parlamentares, presidente da OAB, representantes de entidades poderosas e atuantes.
A derrota do Presidente da República foi total e irreversível. Mas conseguiu agravar a situação, com o exibicionismo inútil, mentiroso, e sem que se saiba o que pretende, e com que forças considera que podem apoiá-lo. Duas declarações, uma destruindo a outra.
1- "Cheguei ao limite não há mais conversa".
2- "Não existe o menor risco da Constituição ser desrespeitada."
Ninguém acredita nele, nem sabe com quem conversa, a não ser a tentativa, (até agora frustrada) de reimplantar o "toma lá dá cá", com grupos que sempre repudiou.
Não faz nenhum sentido ou favor garantir, "governarei com a Constituição". Numa democracia, o cidadão, seja quem for, é eleito para governar respeitando a Constituição.
PS- Decorridos 16 meses de permanência no Planalto, não começou a cumprir as duas obrigações. Já é candidato. Na verdade, descumpriu seu compromisso de campanha: "Não disputarei a reeleição".
PS2- Faltam 32 meses para outubro de 2022. Desinformado, ele acreditou que Moro aceitaria a indicação para o STF. Quando foi convencido que Moro, depois da pesquisa que o colocava, "como o ministro mais popular". E com índice eleitoral "acima do exibido por Bolsonaro".
PS3- Já se decidira por disputar uma candidatura no Executivo, o presidente começou a agredi-lo. O confronto entre eles não se restringe às acusações que estão na Justiça.
PS4- Dentro de 4 meses, quando abrir a vaga no STF, e Moro nem se movimentar para ocupá-la, haverá o rompimento definitivo e irreversível, com a concretização de Moro candidato a um cargo no Executivo.
PS5- Escrevi sobre isso há meses quando Moro superou Bolsonaro na pesquisa presidencial. E sabia que estava acertando direto no alvo.
PS6- Em 32 meses, em política e em suposta e provável eleição, pode acontecer tudo. Até mesmo a eleição (reeleição) como está na constituição.
DEMISSÃO DE MORO ATINGIU A ECONOMIA
Logo no dia seguinte, foram surgindo as consequências negativas. Em uma semana, aumentou o desemprego, (foi para 13 milhões) e a avaliação feita por agências especializadas registrou queda de 8 pontos.
PS- O troglodita, mas não eclético, Paulo Guedes, logo quebrou o silêncio, com um berro: "A economia brasileira está em fase admirável".
PS2- E ainda insatisfeito, concluiu: "No próximo ano, teremos crescimento maior de toda a nossa história".
MORO NÃO SE IMPORTA COM O SIGILO DO DEPOIMENTO
Mas é muita gente querendo SABER O QUE ELE FALOU. O diretor da polícia de Curitiba, tomou uma providência. Designou um delegado para consultar os advogados do ex-ministro que autorizou imediatamente.
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*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.