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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Pá de cal na TCB sela o destino da estatal de transporte de Brasília

Quarta, 22 de janeiro de 2025


Empresa pioneira de Brasília, que completaria 65 anos em maio próximo, desativou as suas últimas três linhas de transporte – transferidas para a Piracicabana. Ao longo dos últimos 20 anos, governo a governo, a TCB veio sendo sucateada. O último suspiro ocorreu agora em janeiro.

Por Chico Sant’Anna

A gestão Ibaneis Rocha (MDB) jogou a derradeira pá de cal sobre a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília Ltda, popularmente conhecida como TCB. Criada em 1961 para promover o transporte público na Nova Capital Federal, a TCB foi detentora de todas as linhas de ônibus que circulavam no Distrito Federal. Suas linhas foram paulatinamente transferidas para empresas privadas, sem que nenhuma compensação financeira tenha sido proporcionada a estatal do DF. Primeiro, foram para os ônibus da antiga Pioneira, então de propriedade da Cia. Irmãos Matsunaga Ltda, depois, a Viplan, de Vagner Canhedo; e agora as três últimas linhas foram repassadas a Piracicabana, do clã Constantino.


As linhas transferidas foram a 108.3: Rodoviária do Plano Piloto/STJ – TST, passando pelo Píer 21 e o Conselho de Justiça Federal; a 131.3: Rodoviária do Plano Piloto/Cruzeiro Novo e Velho /Sudoeste (Corujão); e a 0.108: Rodoviária do Plano Piloto/ Praça dos Três Poderes. Todas elas integradas ao metrô. A linha 0.113, de transporte executivo, que fazia o percurso circular entre a Rodoviária do Plano Piloto e o Aeroporto JK, já tinha sido desativada, pois apresentava baixa demanda.


Laboratório

Outra contribuição importante da TCB foi o avanço nas novas tecnologias. Ainda na década de 1960, foi uma das primeiras no Brasil a usar o ônibus papa-filas, considerado o avô dos ônibus articulados, era um veículo misto de ônibus e o cavalo do caminhão. Foi idealizado para suprir a alta demanda de passageiros de algumas linhas. Numa época em que os ônibus tradicionais tinham pouca capacidade, 30 a 40 passageiros, o Papa-filas levava 120 pessoas, por viagem. Em Brasília, a TCB operou o Papa Fila – chamado de azulão — na linha pro Gama.

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