Quarta, 5 de maio de 2021
Vietnã teve apenas 35 mortes por covid; sudeste brasileiro, com a mesma população, teve 186 mil óbitos - Manan VATSYAYANA / AFP
Resposta rápida e capacidade de vigilância fizeram a diferença, diz pesquisa da Universidade de Michigan
Estados Unidos e Vietnã travaram uma guerra de quase 20 anos entre 1959 e 1975, com milhões de mortos. O confronto terminou com uma vitória heroica do exército norte-vietnamita, apoiado por potências comunistas.
Meio século depois, os dois países disputam novamente uma guerra, com características distintas: cada um em seu território, contra um inimigo comum.
Tal qual no século 20, apesar da desvantagem em termos econômicos, o país asiático adotou uma estratégia mais bem-sucedida, chamando atenção da comunidade internacional. Os EUA, por outro lado, ocupam a liderança do ranking mundial de mortes.
Das dez maiores economias do mundo antes da economia, a China é o único país governado por um partido comunista e o único com número de mortes inferior a 5 mil
Por coincidência, autoridades vietnamitas e estadunidenses reportaram o primeiro caso do novo coronavírus na mesma semana, iniciada em 19 de janeiro de 2020. Em 1º de fevereiro, os vietnamitas declararam “ameaça de pandemia”. A Casa Branca, por sua vez, aguardou a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS), que veio 40 dias depois.
A agilidade do Partido Comunista Vietnamita (PCV) para reagir diante do vírus é descrita como “impressionante” no estudo Políticas do coronavírus, lançado em abril pela Universidade de Michigan, dos EUA.
Em 653 páginas, cerca de 70 pesquisadores de diferentes nacionalidades comparam a capacidade de resposta de governos na Ásia, na Europa, nas Américas e na África.