Por
Pedro Augusto Pinho
Geisel e o Golpe da Banca
Do ponto de vista
econômico-desenvolvimentista, Pedro Pinho abre uma nova série de artigos onde
descreve o que seria primeiro grande golpe do sistema financista internacional
contra o nacionalismo brasileiro: a sucessão de Geisel. Foi ali que a Banca
conseguiu conduzir-nos em uma direção oposta aquela que poderia alçar-nos a uma
condição de potência internacional. A precarização induzida do Estado Nacional
– nunca magro o suficiente para a estética neoliberal – continua a impor um
quadro de anorexia social aos brasileiros.
Geisel e o Golpe da Banca |
Parte 1 de 3
18 de maio de 2019
Por Pedro Pinho*, para o Duplo Expresso:
Beto
Almeida, Geraldo Lino, Romulus Maya e outros amigos, leitores e editores,
costumam sugerir que eu apresente maiores informações sobre o que denomino o
primeiro golpe da Banca no Brasil – a guerra híbrida na sucessão do
presidente Ernesto Geisel.
Banca
é a forma abreviada pela qual designo o sistema financeiro internacional. A
guerra híbrida, que envolve trapaças, mentiras, ameaças e força, armada ou econômica,
é típica ação da Banca.
Atender
este pedido possibilita-me ampliar a resposta para uma leitura de nossa
história e dos eventos fundamentais dos séculos XX e XXI, que se impõem
agressivamente contra a humanidade, contra o Brasil e nossa vida individual.
Antecedentes
No British
Imperialism 1688-2015, de Peter J. Cain e Antony G. Hopkins (Routledge, NY,
2016, 3ª ed.),[DE 1] lê-se que, em 1939, a “Pax Britanica”
foi trocada pela “Pax Americana”.
Em
1930, a dívida pública externa brasileira estava dividida em títulos britânicos
(65%), estadunidenses (30%) e franceses (5%), conforme o FGV CPDOC. Ao fim de
1954, a dívida externa de 1,3 bilhões de dólares estadunidenses (USD) era
inferior a de 1930, mas, praticamente, toda em moeda dos Estados Unidos da
América (EUA).
Em
1941, o então Capitão Severino Sombra de Albuquerque publica As Duas Linhas de Nossa Evolução Política (Zelio Valverde Editor, Rio), quais sejam, nas
palavras do autor: “uma Liberal Revolucionária, outra Reação Orgânica
Nacional”. Busquemos compreendê-las.
Acrescenta
o futuro General Sombra: “Se pudéssemos resumir em duas palavras o sentido de
nossa conclusão político histórica, diríamos que substituímos o signo da
liberdade pelo da nacionalidade”. Referia-se ao antes e ao depois da Revolução
de 1930.