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(Millôr Fernandes)
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terça-feira, 4 de março de 2025

Chapada do Araripe: avanço de monoculturas é visto como ameaça à ‘caixa d’água do Sertão’

Terça, 4 de março de 2025

De acordo com especialistas, região entre Ceará, Pernambuco e Piauí pode se tornar nova fronteira agrícola brasileira

Brasil de Fato
04.mar.2025
Recife (PE)


Por conta da abundância de recursos hídricos, a Chapada do Araripe, localizada na divisa entre Ceará, Pernambuco e Piauí, é chamada de “caixa d’água do Sertão”. A região de planície é composta por 38 municípios e chega a uma altitude de até mil metros, com nascentes importantes e uma bacia sedimentar com águas subterrâneas. Enquanto os bens naturais e culturais do território concorrem ao reconhecimento de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), porém, atrai ao mesmo tempo o olhar do agronegócio para a região, reconhecida como Área de Proteção Ambiental (APA) desde 1997.

“A chapada absorve a água da chuva e serve como uma ‘esponja’, contribuindo com a recarga de aquíferos da região”, explica o professor Társio Alves, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Abelhas (Nupea) do Instituto Federal Sertão Pernambucano – Campus Ouricuri.

Além da riqueza hídrica, o Araripe é revestido por uma transição peculiar de biomas em cerca de um milhão de hectares, habitado em boa parte por povos e comunidades tradicionais de origem camponesa. Além de Caatinga, há Cerrado e Mata Atlântica, constituindo fauna e flora características. O local também abriga uma formação geológica com elementos que remontam a 180 milhões de anos e registros arqueológicos da presença humana do passado.