Segunda, 26 de maio de 2014
A quase prisão do governador de Mato Grosso. Investigado por irregularidades de volume altíssimo, pagou multa pela posse ilegal de arma velhíssima. Toda a ação policial acabou. Dilma, Aécio, Campos, gratos ao Ibope, Lula e Dona Marina decepcionados
Helio Fernandes — Tribuna da Imprensa
Estranha,
extravagante, entendida como poder de força da polícia federal, é um sinal
alarmante a respeito da impunidade dos poderosos. A prisão de Silval Barbosa,
(o nome do governador é esse) preocupação geral.
Desculpem, estou
deixando impressão equivocada e até mesmo errada, principalmente para quem lê
apressadamente. Não estou contra a prisão do governador. O que assusta e me
deixa perplexo é o fato.
A polícia cumpria
determinação legal para apurar suposta participação do governador em desvio de recursos,
lavagem de dinheiro, e o que fosse apurado.
A questão mudou no
meio do caminho
Os policiais chegaram
à casa do governador, veio o advogado dele, a investigação não demorou muito.
Descobriram uma velha arma, “desdentada”, sem registro ou utilização.
Então, “ficou
combinado”: o advogado pagou pelo cliente, multa “por manter arma sem registro
e portanto ilegal”. E não se fala mais no assunto.
Com o senador Maggi,
diferente
O pedido de busca
incluía a casa do ex-governador e atual senador, Blairo Maggi. Só que este não
chamou o advogado, nem aceitou o caso passivamente. Tomou suas próprias
decisões e restrições à busca, providências que logo atingiram (a palavra é
essa) o Supremo.
Depois do Supremo
Tribunal Federal ter tranquilizado a equipe do senador e “censurado” ou
“proibido” o resto da operação que envolvia importâncias altíssimas, que foram
desviadas, surgiu informação incrível.
Maggi estava no
exterior
A polícia teve que
“bater em retirada”, como se criminosa fosse ela. Informação preciosa: Maggi
senador e ex-governador está viajando. Agiu em defesa da “impossibilidade” de
entrarem na sua casa.
E como nem estava no
país, a demonstração de força foi ainda maior. E os policiais estão proibidos
de se manifestarem sobre o assunto. Pedido do Procurador Geral, atendido
imediatamente pelo Ministro Dias Toffoli.
É proibido proibir
Os policiais receberam
a ordem: “têm que parar com a investigação”. Ficaram surpreendidos, perplexos e
aturdidos, que palavra. Responderam pública e verdadeiramente: “Depois do fim
da ditadura, é a primeira vez que recebemos uma ordem como essa”.
As suspeitas são de
centenas de milhões
Impossível saber e
desvendar fatos ou números. O Ministro do Supremo determinou que toda a ação e
investigação “fosse conduzida em sigilo”. Absurdo completo. A Justiça, (com J
maiúsculo) que devia patrocinar e combater pela transparência, é que impõe o
silêncio?
PS – A Justiça, e
principalmente o Supremo Tribunal Federal, não saem das manchetes negativas. E
dos comentários desairosos, que palavra.
PS2 – E logo o Ministro
Dias Toffoli, envolvido em DÚVIDAS e CERTEZAS. Dúvidas a respeito de sua
carreira e participação política, antes de ser Ministro. E a continuação
duvidosa e indevida, depois.
PS3 – Certezas, a
respeito das denúncias e acusações feitas pelo jornal Estado de S. Paulo. O
jornalão atuou de forma continuada, com restrições fortíssimas ao comportamento
do já Ministro.
PS4 – No próprio Supremo
se comentava o fato. E todos concordavam: “O Ministro responderá, destruirá
tudo, e processará o jornalão”. Nada nem ninguém quebrou o silêncio. Que
República.
A pesquisa da
contradição, a geral e total satisfação
Foi a coleta de dados
mais esquisita, difusa e concentradora. O que chamam de pesquisa, que varia de
acordo com a metodologia utilizada, agora agradou a todos os supostos
candidatos. Ou até alguns que disputarão em qualquer situação.
Estranho o fato de
todos os “pesquisados” terem ficado satisfeitos e agradecidos. Com exceção de
Dona Marina, que antes aparecia, agora foi despejada e sem “moradia”, mas não
por culpa do Ibope.
Todos melhoraram
De onde vieram “tantos
votos para tantos candidatos?”. Seguindo o Ibope, apenas pelo direito de imagem
que pertence a ele, ou os indiscutíveis royalties. Aécio passou de 14 para 20
pontos intencionais, como acreditar?
Eduardo Campos
Esse ex-governador que
já esteve há dois meses com 11 pontos previsíveis, caiu para 6 e neste
trabalho, voltou para 11. Nem ele mesmo festejou, embora pelo menos para
constar, tivesse comemorado com os mais íntimos. Quais ou quem são?
Deixando Pernambuco,
“agora estou morando em São Paulo”, por enquanto ainda não contabilizou números
satisfatórios com a mudança. Não supera o “encontrado e divulgado pelo
Instituto, isso não serve para nada”. Nem chega perto de Aécio, tem que mudar a
“estratégia da boa convivência”.
Dona Dilma não
melhorou nem piorou
Não há dúvida, a
presidente que não sai da televisão, várias vezes por dia, se transformou numa
miragem ou num farol sem iluminação, que pisca incessantemente, mas não ilumina
nenhum ambiente.
80 % quer mudança, sem
Dona Dilma
Esse fato que já
surgira em outras pesquisas, agora dominou completamente o resultado encontrado
pelo Ibope. Estava em 40 por cento, caiu duas vezes seguidas, voltou a esse
mesmo número. O que aparentemente significa recuperação e até consolidação.
Mas a rejeição, que
subiu para 33 por cento, muito alta. Os outros não têm rejeição declarada, ou
ela está embutida na palavra “desconhecidos”?
Ibope: “Dilma ganha no
primeiro turno”
Depois de todas as
indecisões e contradições, o Ibope abre o jogo, e diz que “Dona Dilma será
reeleita no primeiro turno”. Ora, se o próprio Ibope garante que ela chega no
máximo a 42 por cento, é difícil acreditar que não haverá segundo turno.
Conclusão que o Ibope
aceitará, sem dúvida, e a presidente já festeja, impensadamente. Segundo o
próprio Instituto informa que a margem de erro é de “2 pontos para mais ou para
menos”, e ela só tem dois pontos de vantagem, como eliminar tão apressadamente
o segundo turno?
A reviravolta e a
revolta do “Volta, Lula”
Esse grupo que atende
e mantém a suposta substituição de Dilma pelo ex-presidente, não gostou da
pesquisa. Dona Dilma aparece “juntinho” de Lula na pesquisa, como fazer a
troca?
Provavelmente, com
mais uma pesquisa igual a essa, Lula “desiste” definitivamente. Vai reafirmar
sem medo e sem constrangimento: “Minha vez virá em 2018. Agora trabalharei
incessantemente pela sua reeleição”.
PS – O inesquecível mas
deslembrado Pelé. O repórter perguntou: “Um jogador como Neymar pode ganhar a
Copa de agora, no Brasil?”. Nem hesitou: “Ninguém pode ganhar Copa sozinho,
precisa de toda a equipe”.
PS1 – E logo “assumiu”,
não deslembrado mas deslumbrado: “Vou convocar o povo brasileiro para apoiar e
torcer pela seleção”. Óbvio do princípio ao fim.
PS2 – Esqueceu de
Garrincha, que segundo a opinião geral, ganhou SOZINHO a Copa de 1962 no Chile.
E não se lembrou que nesse mesmo 1962, Pelé se machucou logo no primeiro jogo,
contra a Tchecoslováquia, não jogou mais.
PS3 – Naquela época não
era permitida substituição, o Brasil ficou o resto do tempo com 10 jogadores.
Amarildo foi convocado, entrou a seguir contra a Espanha.
PS4 – Ganhamos por 2 a 1,
Amarildo fez os dois gols. E Garrincha empolgou o mundo, ninguém imaginava que
com aquele físico pudesse jogar tanto.
PS5 – E conhecendo Pelé,
fora de campo, fica visível que pretendia atingir também Maradona. Em 1986, a
Argentina foi campeã, mas o grande jogador ganhou sozinho. Se quiserem, como
ele mesmo afirmou: “Com a mão de Deus”.
PS6 – Numa época em que
se fala tanto em segregação, agências e supostos criadores de fórmulas para
“vender” produtos os mais diversos, mudam uma palavra das corretas e atingem
multidões de pessoas, identificadas como sogras. Inventaram a sogregação.
PS7 – O anúncio exalta a velocidade
do Sedex, e dos produtos enviados pelo sistema. O suposto chefe pede rapidez
para duas coisas. Muito rápido para qualquer entrega.
PS8 – Menos para o
aniversário da sogra. Logo muda de ideia e diz: “O segundo objetivo não precisa
ser tão rápido”. Todas as sogras atingidas.
PS9 – O ator Tony Ramos
está novamente no auge. Dois motivos importantes. “Gosto muito do personagem
Getúlio, apesar de ser um ditador”.
PS10 – A repercussão
obtida como garoto propaganda do Friboi, “apesar de não gostar nem comer
carne”. Registre-se: “Não concordo, mas a vitalidade dos personagens
publicitários ou ditatoriais ponto favorável para o ator”.