Segunda,
26 de maio de 2014
Ana Cristina
Campos - Repórter da Agência Brasil
Com investimentos de R$ 1,9 bilhão, a operação de segurança
e defesa para a Copa do Mundo conta com 157 mil agentes da segurança pública e
das Forças Armadas. O plano operacional começou na última sexta-feira
(23) e vai até dia 18 de julho, cinco dias após a partida final, marcada para
13 de julho.
A esse contingente, se somam 20 mil agentes de segurança
privada, contratados pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), que vão
cuidar dos perímetros externo e interno dos estádios e de outras instalações
oficiais da federação, como hotéis onde estarão hospedadas as delegações e centros
de treinamento. Nesses locais, a atuação é liderada pelos seguranças
particulares, mas a força pública também estará presente e será acionada em
caso de necessidade. Em média, serão 900 agentes privados por jogo.
O secretário extraordinário de Segurança para Grandes
Eventos, do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, disse que o país está
preparado para garantir a segurança durante o Mundial. “Estamos prontos para
receber turistas estrangeiros, autoridades e delegações e garantir a segurança
de todos. As forças de segurança estão preparadas para qualquer cenário como
atentados terroristas e manifestações violentas. Não toleraremos atos de
vandalismo, saques e depredação.”
Para Rodrigues, o grande legado da Copa para o setor é a
integração das forças.
Cerca de 157 mil agentes da segurança pública e das Forças
Armadas estarão a postos durante a Copa Fábio Rodrigues Pozzebom/Arquivo
Agência Brasil
No eixo da segurança pública, 100 mil agentes das polícias
Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil, entre outros, cuidam do
policiamento de áreas estratégicas como transportes públicos, aeroportos,
pontos turísticos, o entorno de hotéis, centros de treinamentos de seleções,
campos oficiais de treinamentos, estádios e Fifa Fan Fest. Esses agentes também
vão atuar em manifestações, briga entre torcedores e escolta de delegações e
autoridades.
Em Brasília e no Rio de Janeiro, foram instalados centros
integrados de comando e controle nacionais que recebem informações sobre
segurança dos centros regionais instalados nas 12 cidades-sede. Nesses locais
atuam representantes de diversos órgãos da segurança pública e defesa e de
serviços essenciais como saúde e abastecimento de água e energia.
Nas cidades-sede, também haverá 27 centros integrados de
comando e controle móveis, que serão posicionados perto dos estádios e das Fan
Fest e 12 centros integrados de comando e controle locais, que ficarão nas
arenas. Além deles, a segurança será reforçada com 22 plataformas de observação
elevada, caminhões equipados com um mastro telescópico com um conjunto de seis
câmeras que atinge a altura de até 16 metros, gerando imagens transmitidas em
tempo real para os centros de comando e controle.
Cada cidade-sede também conta com uma delegacia móvel que
será usada pela Polícia Civil. São ônibus equipados para executar atividades
básicas de uma unidade convencional de polícia, em que poderão ser feitos
boletins de ocorrência.
A Polícia Militar faz demonstração de equipamentos de
tecnologia da informação voltados à segurança que serão usados na Copa do MundoFábio
Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil
Para reforçar a segurança, policiais estrangeiros virão ao
Brasil. Além de agentes dos 31 países que vão participar do Mundial, serão
enviados policiais de outros 15 países convidados. Cada país classificado para
a Copa poderá enviar até sete agentes, sendo que três deles devem atuar no
Centro de Cooperação Policial Internacional, chefiado pela Polícia Federal
(PF), em Brasília. Os outros países podem mandar até três agentes para
trabalhar na capital federal.
Os policiais estrangeiros poderão verificar antecedentes
criminais e checar a autenticidade de documentos dos torcedores. Também vão ter
função de intérpretes, além de identificarem cartazes com mensagens ofensivas
em estádios e em locais de concentração de turistas. Eles vão vestir os mesmos
uniformes que usam em seus países de origem. Vão trabalhar desarmados e serão
supervisionados pela PF.
O Ministério da Justiça investiu R$ 1,2 bilhão em segurança
para o Mundial. A maior parte do orçamento é voltada para equipar os centros
integrados de comando e controle e para a compra de equipamentos como robôs
antibombas, câmeras de alta tecnologia instaladas em helicópteros das polícias,
conhecidas como imageadores aéreos, e armas de menor letalidade. O valor também
contempla a capacitação de policiais para prevenir e coibir distúrbios civis,
ações terroristas e exploração sexual de crianças e adolescentes por turistas.
O eixo da defesa para a Copa, a cargo das Forças Armadas,
tem 57 mil militares, dos quais 21 mil vão atuar como força de contingência,
preparados para agir em caso de emergência. Os 35 mil homens do Exército, 13
mil da Marinha e 9 mil da Aeronáutica trabalham no controle aeroespacial e do
espaço aéreo, marítimo e fluvial, segurança de estruturas estratégicas, defesa
cibernética, contraterrorismo e defesa química, biológica, radiológica e
nuclear.
As tropas também vão atuar em escoltas de autoridades e
poderão ser chamadas para conter protestos violentos, caso a situação saia do
controle.
Serão mobilizados 24 aviões Super Tucano, dez caças F-5,
três aviões radares, 47 helicópteros e 29 aeronaves de apoio. Também farão
parte da defesa na Copa quatro fragatas, uma corveta, 21 navios-patrulha, um
navio de desembarque e 183 lanchas.
O Ministério da Defesa alocou R$ 709 milhões para a
preparação e operação das tropas militares para a Copa. A maior parte do
investimento foi destinada à aquisição de equipamentos e ao treinamento do
efetivo.