Sábado, 24 de maio de 2014
Divulgação MTST
Liderado pelo MTST, o protesto teve
o intuito de recolocar a necessidade da garantia dos direitos humanos
ante ao atendimento dos negócios milionários da FIFA e de empresários
Por Bruno Pavan
De São Paulo (SP)
De São Paulo (SP)
O vermelho era a cor predominante no Largo da Batata, zona oeste de São
Paulo, na tarde de última quinta-feira (22). Liderados pelo Movimento
dos Trabalhadores sem Teto (MTST), inúmeros movimentos como a Frente de
Resistência Urbana, Movimento Passe Livre (MPL), Comitê Popular da Copa,
entre outros, foram às ruas no protesto “Copa sem povo, tô na rua de
novo ”.
Em nota, essas organizações populares e de juventude
alertaram que "a Copa do Mundo nem começou e já tem seus derrotados.
Para atender aos negócios milionários da FIFA e suas empresas parceiras,
os governos instauraram um verdadeiro estado de exceção onde os
direitos básicos da população são violados. São milhares as famílias
vítimas da Copa em todo Brasil".
De acordo com o movimento e
com quem presenciou o ato pacífico, mais de 20 mil pessoas estiveram
presentes. Foram quase seis quilômetros até a ponta Octávio Frias de
Oliveira para protestar contra o dinheiro gasto na realização da Copa do
Mundo e a especulação imobiliária na região de Itaquera. “O legado da
Copa é o aumento do meu aluguel”, dizia uma das faixas.
Eram
cerca de 18 horas quando a marcha começou, já com escolta da PM, que não
foi esquecida nos gritos dos manifestantes. “Ei, Alckmin, pode mandar a
tropa, se não tiver o povo, não vai ter Copa”. O prefeito Fernando
Haddad também não foi poupado: “Ei, Haddad, paramos a cidade”.
Ao longo da avenida Faria Lima, inúmeros olhares curiosos se lançavam à
massa. Muitos comércios abaixaram as portas esperando que a marcha
passar. Um princípio de confusão entre um sem teto e um segurança se deu
em frente ao Shopping Iguatemi, mas foi logo abafada por outros
manifestantes.
Já no final da marcha, os Sem teto tomaram a
Ponte Estaiada e, aos gritos de “a Estaiada é nossa”, o líder Guilherme
Boulos prometeu que o mês da Copa será um “junho vermelho”.
Fonte: Brasil de Fato