Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 24 de maio de 2014

As revelações do arquivo secreto de Paulo Roberto Costa

Sábado, 24 de maio de 2014

ÉPOCA teve acesso ao baú digital de documentos do ex-diretor da Petrobras. Um só caso envolve a maior empresa de navios do mundo e uma suspeita de desvio de R$ 6 milhões

Da Revista Época
DIEGO ESCOSTEGUY, COM MARCELO ROCHA
23/05/2014 20h52
EVIDÊNCIA Trecho de contrato de intermediação de aluguel de um navio da Maersk (acima), apreendido com Paulo Roberto Costa. A PF suspeita que a comissão de 1,25%, que deveria ser paga pela empresa, era desviada para ele (Foto: Willem Oldenburg/shipspotting)
No dia 20 de março, a Polícia Federal apreendeu dezenas de papéis e 36 pen drives no apartamento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no Rio de Janeiro. Ele fora o mais poderoso executivo da estatal no governo Lula. Ocupara, com o aval de Lula e de um consórcio partidário entre PP, PMDB e PT, a Diretoria de Abastecimento, entre 2004 e 2012. Naquele dia, a PF buscava provas da relação de Paulo Roberto com o doleiro Alberto Youssef, investigado na Operação Lava Jato. Assim que os policiais encontraram os documentos e os pen drives, Paulo Roberto entrou em pânico. Quando Youssef fora preso, dias antes, ele determinara a familiares que sumissem com documentos, computadores, outros pen drives – qualquer prova que pudesse incriminá-los. Por tentar obstruir a investigação da PF, Paulo Roberto permanecia preso até a semana passada.

Sobravam razões para o pânico de Paulo Roberto. Elas estão na íntegra do material apreendido pela PF naquele dia. O que já veio a público sobre ele é devastador: tabelas de propina, pagamentos suspeitos de empreiteiras e multinacionais com negócios na Petrobras, contas secretas em paraísos fiscais. Os pen drives e os demais arquivos digitais de Paulo Roberto apreendidos pela PF, contudo, permanecem inéditos. ÉPOCA obteve acesso à íntegra desse material – e aos milhares de arquivos da investigação da Lava Jato. São cerca de 4 terabytes. Equivalem a 1 milhão de músicas ou 4 mil horas de vídeo. Há toda sorte de documento. A maioria converge para o mesmo tema: corrupção na Petrobras e em suas subsidiárias. O exame desse acervo demonstra que o esquema era mais amplo, mais rico e envolvia mais empresas – brasileiras e estrangeiras – do que se imaginava.

Leia a íntegra em:
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/05/revelacoes-do-arquivo-secreto-de-bpaulo-roberto-costab.html