Terça, 20 de maio de 2014
Decisão, no entanto, garante a liberdade de ex-diretor da Petrobrás solto na tarde de segunda-feira
Irany
Tereza, de Brasília, e Pedro Venceslau,
enviado especial a Curitiba - Agência
Estado
A
decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que
determinou a soltura dos12 presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, ficará
restrita ao ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobrás, Paulo Roberto
Costa, segundo fonte ouvida pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência
Estado. Os demais investigados, inclusive o doleiro Alberto Youssef,
continuarão presos. O STF ainda não confirma a restrição.
O
alerta feito ontem pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR),
teria sido decisivo para suspender o benefício aos demais presos na operação da
PF, que investigou crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Moro
enviou ofício ao ministro do STF advertindo sobre o risco de fuga de presos,
como o doleiro, e solicitando esclarecimentos sobre o alcance da decisão.
Antonio
Bastos Figueiredo, advogado do doleiro Alberto Yousseff, avisou que vai
recorrer ao STF contra a manutenção da prisão de seu cliente. "Entendo que
é uma decisão que deve ser reavaliada. Vamos recorrer ao plenário do Supremo.
Não há um fato novo que justifique isso", disse ele ao Estado.
Liminar. Em decisão expedida no domingo, Zavascki havia determinado
que todos os 12 presos na operação fossem soltos. As prisões tinham sido
determinadas em março pelo juiz Sérgio Moro. Onze pessoas foram presas no
Brasil, uma na Espanha e uma está foragida. A decisão do ministro atendia a um
recursos dos advogados de Paulo Roberto Costa.
"Sendo
relevantes os fundamentos da reclamação (de Costa), é de se deferir a liminar
pleiteada, até para que esta Suprema Corte, tendo à sua disposição o inteiro
teor das investigações promovidas, possa, no exercício de sua competência
constitucional, decidir com maior segurança acerca do cabimento ou não do seu
desmembramento, bem como sobre a legitimidade ou não dos atos até agora
praticados", disse o ministro, em decisão liminar provisória.
No
pedido de esclarecimentos, Moro ressaltou que parte do grupo é suspeito de
envolvimento com outros crimes, como tráfico de drogas. O magistrado alertou
que dois investigados têm contas no exterior com valores milionários, o que
facilitaria eventual fuga.