Quarta, 21 de maio de 2014
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Um
ato no centro do Rio reuniu hoje (21) servidores públicos das áreas de
educação, cultura e saúde que criticaram os gastos do governo com a Copa
do Mundo. Eles reclamaram do que chamaram de "precarização" de suas
áreas. Segundo a Polícia Militar, entre 200 e 250 manifestantes
participaram da passeata, que saiu da Assembleia Legislativa e foi até a
Cinelândia.
Ao
longo do protesto, os servidores distribuíram panfletos e ergueram
bandeiras de seus sindicatos. Em uma encenação, manifestantes simularam
uma partida de futebol em que um dos lados era a Fifa, que usava táticas desleais para fazer gols contra a população, e representantes desta, que usavam uma camisa negra.
Com
servidores da saúde federal, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores
da Saúde, Trabalho e Previdência também defendeu a aplicação de mais
dinheiro no orçamento da Saúde, Educação e Cultura. "O protesto é contra
o gasto feito direta e indiretamente na Copa do Mundo. É um gasto que
nos humilha, porque os serviços essenciais estão em uma situação de
miséria. O que une essas pautas é o gasto pífio nesses serviços por
parte do governo, o que se reproduz no estado e no município".
Ao
sair para a passeata, os manifestantes repetiram cantos que já se
tornaram tradicionais nos protestos, como o que diz "da Copa eu abro
mão, quero dinheiro para saúde e educação". Gritos de ordem contra a
Fifa e as três esferas de governo também fizeram parte do ato.
A
diretora do Sindicato dos Profissionais da Educação, Wiria Alcântara,
destacou que a unificação da manifestação mostra para a sociedade que é
preciso lutar por melhorias em todo o sistema educacional. Já a diretora
da Associação dos Servidores da Funarte, Paula Nogueira, criticou que a
cultura não é tratada como serviço essencial. "As instituições
culturais estão caindo aos pedaços. Há algum tempo a gente vem buscando
uma integração com as essas áreas, para mostrar que a cultura é um
serviço básico", disse.
Os professores e servidores da
educação estadual e municipal estão em greve, assim como parte dos
servidores do Instituto Nacional do Câncer e do Ministério da Cultura,
além dos vigilantes. Hoje, também fizeram paralisações os policiais
civis e os professores universitários.
Cerca de 60 policiais
militares do Batalhão de Grandes Eventos e do 5º Batalhão acompanharam a
manifestação, fazendo uma fila ao longo do meio-fio das avenidas,
enquanto os servidores e militantes de movimentos sociais e partidos
ocupavam a rua. O trânsito nas avenidas por onde passou o
protesto, que já é complicado normalmente nesse horário e ficou ainda
lento com as intervenções do Projeto Porto Maravilha, ficou muito
complicado. Motoristas que passavam pela Rua Primeiro de Março foram
desviados para a Rua da Assembleia, com menor capacidade de escoamento.
Ao chegar à Candelária, a passeata interditou simultaneamente a Avenida
Rio Branco e a Presidente Vargas, as duas mais importantes do centro.