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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Auditoria em contratos de UTIs aponta exames e diárias em excesso

Segunda, 10 de julho de 2017
Deu no Metrópoles
Ministério Público de Contas esmiuçou faturas, prontuários e laudos de pacientes internados nas unidades pagas com recursos do GDF

Por Suzano Almeida e Mirelle Pinheiro

Cobranças que beiram R$ 1 bilhão e serviços duvidosos. Essa é a conclusão a que o Ministério Público de Contas (MPC-DF) chegou após analisar documentos de seis empresas de unidades de Terapia Intensiva (UTIs) contratadas pelo Governo do Distrito Federal. Citadas na Operação Drácon por suspeita de pagarem propina a deputados distritais e servidores da Secretaria de Saúde em troca de emendas parlamentares e favorecimento, elas foram alvo de uma auditoria.
O resultado choca. Foram detectados exames em excesso, diárias exorbitantes e até a contratação de médicos sem especialização para cuidar dos doentes internados em estado gravíssimo. Entre as irregularidades apontadas pelos auditores do MPC-DF, está o caso de uma paciente que teria passado por 80 eletrocardiogramas em apenas dois dias.
Outro paciente, que ficou oito dias na UTI, passou por 103 gasometrias (procedimento para determinar se há desequilíbrio nas quantidades de oxigênio e dióxido de carbono no sangue) – quase 13 por dia, quando o aceitável seriam até três.

Chamou atenção, ainda, o caso de um homem que em oito dias de internação passou por 41 dosagens de creatinina e 21 culturas de bactéria. Segundo os auditores, normalmente, é realizada uma vez ao dia, inclusive em pacientes críticos. “Em regra, são feitas três a quatro culturas, por período de internação hospitalar. Logo, a presunção de que foram realizadas, em média, quatro culturas por dia de internação é, sem dúvida, incomum no cotidiano de qualquer UTI”, destaca o relatório.

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