Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Decodificando a "vitória" na CCJ

Segunda, 17 de julho de 2017
Os coordenadores do governo na CCJ, foram corretamente ativos e alertas  e incorretamente imorais.

Mas a permanência dessa quadrilha no poder, rigorosamente Impossível.


Do Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa
Helio Fernandes

Depois de todo o malabarismo, mistificação, e o que sabem fazer de melhor, espalhar a corrupção, conseguiram  a prorrogação da impunidade de Temer. Nunca se viu nada igual, ou mesmo parecido. Foram trocados, submissa, solerte e subversivamente, 19 membros da CCJ. Muitos nem sabiam. Chegaram à CCJ, já não pertenciam mais à Comissão. Revolta, protesto, total insatisfação.

Agora, fiquemos apenas no exame dos números e o significado da "vitória". Com todas essas substituições, obtiveram 40 votos, a oposição 25. O comando da bandalheira informa com total segurança: todos os 19 que trocamos, votaram contra o parecer do relator. Ratifico completamente. Não teria sentido confundir credibilidade com promiscuidade, e errar na troca dos efetivos pelos desconhecidos.

Com essa pratica imoral, chegaram aos 40 votos, sem os 19, ficariam em 21. Mas admitamos: 11 dos substituídos, dos quais desconfiaram erradamente, votariam com o governo e contra o relator. Chegariam então a 32 votos, a oposição com 33, respeitando o voto do 1 que se absteve. Como se vê, a diferença era mínima, o governo perderia. Os coordenadores do governo na CCJ, foram corretamente ativos e alertas  e incorretamente imorais.

Está aí, traduzido o placar. A seguir, estava preparado, surgiu o melifluo e cúmplice deputado do PSDB de Minas, que leu o parecer que lhe entregaram, pedindo o arquivamento do pedido do Supremo. Mesmo contrariando a maioria da bancada, cumpriu o que negociou.

Mas nada terá influência no debate e votação do plenário. Nem o governo tem os 172 votos que garantiriam a impunidade circunstancial. Nem a oposição conseguirá os 342 necessários para autorizar a investigação. 342 votos, apenas para abrir a sessão

(Como com medo, o governo "CONCORDOU" com a votação no plenário depois do recesso, temos 15 dias para análise e conclusão sobre o que acontecerá. O impasse pelo menos no momento, mais do que visível ou previsível. Mas a permanência dessa quadrilha no poder, rigorosamente Impossível. O Supremo pode se REABILITAR, cumprindo a Constituição. E tranquilizando o país e a coletividade). 

DUAS DELAÇÕES QUE ASSUSTAVAM SURPREENDENTEMENTE PARALISARAM

Eduardo Cunha e Palocci chegaram a provocar pânico quando decidiram contar o que sabiam. E todos acreditavam que pelos cargos que ocuparam, deviam saber muito. O ex-presidente da Câmara, na noite em que foi cassado, discursando, afirmou: "Se não fosse por mim, não haveria o impeachment". Era verdade.

Palocci, duas vezes Ministro dos cargos mais importantes da República, também causou muita preocupação ao começar a conversar em Curitiba. Houve muita movimentação para que ele encontrasse outra solução. Mas ele começou, ia entregar seu grande amigo Lula, foi desaconselhado, resolveu desconjuntar o sistema financeiro. Começou acusando o ex-Ministro Mantega, de vender dados para os grandes bancos. Não citou nenhum nome de banco ou banqueiro. Mas eles sabiam muito bem a quem ele se referia. 

Começaram então, um movimento (naturalmente financeiro), para que ele mudasse de rumo. O que se fala, logicamente sem confirmação, é que as propostas sedutoras, podiam ter influenciado na interrupção.

Quanto ao ex-presidente da Câmara, mais aventureiro e sem escrúpulos do que o ex-ministro da Fazenda, está esperando o desenrolar do pedido de autorização do Supremo para investigar o seu grande amigo Michel Temer. Quem conhece intimamente Eduardo Cunha, não tem a menor dúvida a respeito do seu roteiro de delação. E muito menos o AINDA Presidente Temer. 

ELISEU PADILHA MINISTRO DE TEMER

Não podia ficar silencioso, nesse vendaval de impropérios. Sem o menor constrangimento, declara: "Estamos COORDENANDO o apoio de todo o PSDB, para a votação do plenário". Quando fala coordenação, quer dizer negociando, trocando pelo que oferecemos, o que é irrecusável. 

Não têm vergonha, família a quem pelo menos devem respeito? E no PSDB, não existe um só parlamentar que proteste contra essa mais do que evidente insinuação? Está bem, o governo, (com o auxilio maranhense de Sarney) salvou Aécio Neves da cassação no Conselho de Ética.

Dizem que também influiu para a reviravolta que sofreu o pedido de prisão dele no Supremo. Toda a Turma, concordou em não tocar mais no assunto, incluindo a devolução  do seu mandato.

E desde quando, Aécio Neves rima com PSDB?

FHC, TEMER, ELISEU, GEDDEL, RENAN CALHEIROS, HA 20 ANOS CORROMPENDO JUNTOS E IRMANADOS

Em 19 de Julho de 1997, o jornal O Globo publicou matéria destacada, com o titulo ABAFA. Agora, exatamente 20 anos decorridos, os mesmos personagens acusados, continuam impunes, na parte mais elevada do poder. Entre aspas, vejamos o texto.

O texto termina aqui, vamos completá-lo e comentá-lo. Os  personagens estão todos no palco, alguns caíram em desgraça, outros a caminho, mas não saíram das manchetes.

Inicialmente, temos que suprir um esquecimento ou omissão do texto. Na equipe de salvação, indicado pelo próprio Temer, entrou Renan Calheiros, como Ministro da Justiça. (Nem se lembrava que era formado em Direito). Vinha de líder na Câmara do presidente Collor, eram amicíssimos, traiu-o miseravelmente no impeachment. Sua vida continuou, nesses 20 anos, a mesma baixaria vitoriosa (Com aspas?).

Terminado o governo FHC, Eliseu foi Ministro de Dona Dilma. Saiu quando ela ia ser derrubada, é Ministro de Temer desde a vitória da conspiração. Há meses, se lembrou, fez uma confissão publica: "Estou acumulando aposentadoria e salário do cargo, ultrapassando o teto permitido. Tenho que tomar providências". Não sei se providenciou.

"Bastou o presidente FHC entregar o ministério dos Transportes a Eliseu Padilha, (PMDB) e o da Justiça a Iris Resende (PMDB), para a legenda e o governo fazerem as pazes. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), começou a coordenar uma estratégia para defender FHC. Este era acusado e denunciado pela compra de votos para a reeleição.Tentando abafar o escândalo, Temer juntou o Ministro Eliseu e o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima".

Nesses 20 anos, Geddel não ficou fora de nada, nem de cargos, nem das malas de dinheiro da corrupção. Se envolveu em vários escândalos, provocou a demissão do Ministro da Cultura, mas ele, o corrupto imobiliário ficou. Depois, não pôde ser mantido, nem no cargo nem em liberdade. Está riquíssimo, foi preso, mas encontrou um desembargador plantonista, que o libertou e mandou para a casa na Bahia, SEM TORNOZELEIRA.  Apesar de ser conhecido agora como criminoso em série.

PS- Faltam FHC e Temer. O ex-presidente denunciado por irregularidades na campanha presidencial em 1993, e na reeleição em 1997, acabou de  ser comunicado: "Seus crimes prescreveram".

PS2. Há tanta coisa que já denunciei e tantas para denunciar, fica valendo, tudo o que escrevi na Tribuna, durante seu governo, que identifiquei, como RETROCESSO DE 80 ANOS EM 8.

PS3. O mesmo espaço negativo, ominoso, ruinoso, pegajoso, indefensável, posso ou poderia utilizar sobre Temer. Mas está tão envolvido com crimes, denúncias, corrupção, justiça, que não sai das manchetes. Seria redundância dedicar mais espaço a ele

A DELAÇÃO INTERROMPIDA DO CORRUPTO EDUARDO CUNHA

Publiquei com exclusividade, que o ex-presidente da Câmara suspendera a delação. Fez um acordo  de trégua nos depoimentos. Mostrara cadernos com mais de mil paginas. Com os problemas de Temer, parou. Dei o motivo: com o ex-amigo complicadíssimo, resolveu colocá-lo como alvo. Os Procuradores aceitaram. Temer agora é um alvo mais suculento do que o próprio Cunha. 

Ninguém sabia disso. Quero agradecer a colunistas e blogueiros, que têm repetido o que eu publiquei. Sem royalties verbais, sem ressentimentos.

A SÉTIMA VITÓRIA DE FEDERER, MAIS UM GRANDE TÍTULO EM WIMBLEDON

Vibrante. Fulgurante. Impressionante. Sempre elegante. Do primeiro ao último jogo. Ganhou os  2 primeiros sets em 59 minutos, nada comum para a final de um Grand Slan. Começou o terceiro, Cilic tentou reação, resistiu 37 minutos, Federer fechou em 6 a 4. Campeão, sem perder um set. Delírio do publico, Federer é realmente o grande ídolo.

Agora parte para um agosto que pode ser ainda mais glorioso.  Logo no dia 8 completa 36 anos, numa esplendida forma física e técnica. E nesse mesmo agosto, pode ganhar o ultimo Grand Slan do ano, o Aberto de Nova Iorque. (EUA).