Quarta, 28 de fevereiro de 2024
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
O GDF anunciou com todas as pompas a obtenção de um superavit orçamentário da ordem de R$ 2 bilhões. As cifras escondem, contudo, as precariedades nos setores da Educação, Saúde e outros setores sociais, que apresentam baixos índices de desempenho.
Chico Sant’Anna
Novos retratos de Brasília acabaram de vir a público. Não se trata de belas fotos do céu da capital, propalado em versos musicais. Os novos retratos são sociais. Revelam como anda a tão cantada Capital da Esperança, onde 15, em cada cem habitantes, são consideradas em situação de pobreza. O Distrito Federal, apesar do grande volume de verbas que recebe da União, e do superávit de R$ 2 bilhões recém anunciado nas contas públicas, não está assim, como se diz no popular, “bem na foto”.
O Censo Escolar 2023 mostra que as crianças não estão encontrando vagas na educação pública infantil. Apenas 44,4% delas estão na rede pública, enquanto o restante dos alunos está em escolas particulares. Os percentuais apontam déficit de vagas em creches públicas. Apesar de o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ter liberado, em 2014, recursos para a construção de 100 creches, com capacidade de abrigar 13 mil crianças, decorridos dez anos, nem todas foram construídas e algumas obras foram abandonadas pela metade. Estima-se que seis mil crianças estejam na fila da creche pública. Tudo isso, apesar de a Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, ter tornado obrigatória a oferta gratuita de educação básica a partir dos quatro anos de idade.