Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Operação Tartaruga prejudica a população do DF

Segunda, 3 de fevereiro de 2014

Tanto se tem comentado sobre a ‘Operação Tartaruga’ e os prejuízos que ela provoca aos moradores do Distrito Federal. Por mais que se queira minimizar os seus efeitos, não é possível deixar de reconhecer os seus sinistros resultados. Vejamos:

A ‘Operação Tartaruga’ atingiu diretamente:

a) o sistema de saúde pública da capital. Aí faltam médicos, enfermeiros, auxiliares, equipamentos, especialmente para exames de alta complexidade, macas, lençóis, materiais para exames, e muitas vezes agulhas e fios para sutura. Falta ainda gerência eficaz em boa parte das unidades de saúde. O ‘governo tartaruga’ anuncia, na propaganda caríssima, que reformou não sei quantos centros de saúde, mas sabemos que a maioria foi do tipo de ‘reforma’ do centro de saúde número 3, no Setor Leste do Gama. Só pinturinha e interruptores, praticamente;

b) o transporte público. Além das gravíssimas suspeitas que envolvem as licitações nessa área, até agora praticamente nada mudou, nada andou. Alguns ônibus novos, mas o Metrô todo dia para, melhor, toda hora enguiça. Agora mesmo, às 13h01 desta segunda (3/2) o metrô pifou —está pegando fogo até agora— lá pras bandas da Guariroba, Ceilândia. Mas isso não é nada, pois governadores e secretários nunca andam de transporte público, a não ser, claro, quando é para fazer propaganda enganosa;

c)  a educação. Tartaruga faz com que escolas continuem caindo aos pedaços. As verbas para despesas feitas diretamente pelas unidades, andam sempre como tartaruga. Sempre devagar, quase parando, atrasadas, retidas. Milhares de crianças de Brasília sem ter escola para estudar. Falta gritante de professores. Prometeram concurso, mas o que fazem mesmo é contratar provisoriamente. Vá ser tartaruga assim lá longe, lá na sala de aula;

d) a própria segurança. Aí a tartaruga faz escola. Uma escola que vem, pelo menos, do governo Arruda. Mesmo que eventualmente o policial queira patrulhar as ruas, o ‘modelo kinder ovo’ (postinhos) não permite. Tem que ser tartaruga na marra. São, assim, uns três mil policiais forçados a ‘tartarugar’.

e) o saneamento básico. Aí haja tartaruga, é onde ela também nada de braçada. Um exemplo é o que ocorre na área de Vicente Pires. Esgotos correndo pelo meio das ruas esburacadas. Em outras áreas do DF há o tal Asfalto Novo, engodo mercadológico pra uma tirinha de asfalto. Anda rápido mas ruim pra cacete. No Gama, por exemplo, meteram capinha fininha de asfalto novo por cima de asfalto que levaria mais uns dez anos, e com qualidade. Isto é, asfalto novo onde não havia necessidade. Em outros trechos, um simples, mas bom remendo resolveria o problema. Já quanto às vias secundárias...haja buraqueira. Aí é o motorista que tem de invejar o governo do DF e virar tartaruga, andando devagar, quase parando, engrenando a primeira (marcha de força) e depois a ré (apesar de tartaruga ou cágado não darem ré), para sair do buraco. Como é tartaruga, o GDF parece que pensa que os nossos carros estão preparados para atravessar áreas alagadas em viadutos, tesourinhas e outras baixadas.

f)   a CEB. De tão ‘tartarugar’ em manter a rede de energia elétrica, parece que acabou parando totalmente. Deu um ventinho ou chuviscou em Brasília? É apagão na certa.

Vou parar por aqui, pois tartaruga é marca registrada do GDF, e passeia —devagar, mas passeia— por todas as áreas de governo.