Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Desabafo de Policial Indignado — Policial militar questiona Agnelo Queiroz

Terça, 25 de fevereiro de 2014
Governador Agnelo.
 
Venho a alguns dias acompanhando o movimento dos meus companheiros policiais militares, fiquei a pensar em um monte de coisas, que vivemos juntos, então resolvi lhe escrever...
 
Dei ao meu singelo texto, o título de: Porque tu me calas?
 
Porque eu falo senhores, dos homens que comandam uma instituição bicentenária.

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo, por vezes, digo ser um homem da lei, e por vezes, ficaria como querem aqueles em que confiei, simplesmente MUDO, mas não mudo muito.
Fonte: Blog do Sombra — Internauta colaborador

A cor da minha farda, eu aprendi no Curso de formação ministrado aos novos policiais, chamado CFP. Era minha segunda pele, quando de “fantasminha” (era assim que chamavam todos os soldados 2ª classe, pois usávamos um tênis branco impecável, uma calça Jeans bem azul, cinto com fivela lustrada e camiseta branca), depois de pronto, servi em alguns batalhões e ostentei a farda preta do tão sonhado e cinemático BOPE.

Mas hoje, depois de acompanhar tudo o que está acontecendo, não vejo minha farda com a mesma cor, falo da farda da bicentenária PMDF, elas são da cor das trevas.

Um dia ouvi que BUDA dizia que não devíamos acreditar em algo simplesmente porque ouvimos. Eu sempre fui assim, pois nas ruas eu não acreditava em tudo e todos, eu buscava a verdade nua e crua, e mesmo com sentimentos diversos, eu era a busca incansável da lei. Nunca acreditei em algo simplesmente porque todos falavam a respeito, então continuei acreditando em sonhos, e simplesmente em promessas gritantes e empolgantes de um então candidato que vi ser um bom deputado distrital, um bom deputado federal, um ministro que comandou o Panamericano, um controverso presidente da Anvisa e um candidato ao Senado derrotado pela oligarquia do dono da bezerra de ouro.

Nunca fui um praça que acreditava simplesmente em algo,  simplesmente porque estava escrito em seus livros. Nunca acreditei em algo só porque meus professores e mestres diziam ser a verdade. Nunca acreditei em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.

A PMDF nunca foi minha, o governo que de sol a sol pedi para que meus amigos, soldados, cabos, sargentos, parentes, desconhecidos votassem, nunca foi meu, será então que eu não tenho razão de me sentir traído? 

Será que não tenho razão de te acusar de traidor senhor governador?

Houve um pacto explícito que foi rompido, e sem que me informassem, as promessas descumpridas. Os candidatos que estavam presentes no Teatro dos Bancários foram que detonaram esse pacto. Os senhores detonaram como uma granada, nossa cidade em geral, a comum liberdade de viver e explorar os rumos de nossa cidade bucólica.

Os senhores anteciparam a hora de mudar. 

Teu ponteiro governador, enlouqueceu, e com isso, acabou enlouquecendo nossas horas, com pavor de sermos roubados, sequestrados e até mesmo mortos. 

O que será que poderás fazer de mais grave do que o ato sem continuação de “seu” mandato, o ato em si, o ato que não acredito que vá ousar, nem saberá, imagino eu, ousar se candidatar novamente, pois quem vai acreditar em suas promessas?  

Porque depois desses quase 4 anos, em que o vi rodeado de cachoeiras, dinheiros voadores, licenças para remédios, elefante branco bilionário erguido, Saúde doente, Cabo da minha PM nomeando general e hoje na reserva, por causa de ONG, em que o senhor não entrou em “rota de colisão”, e agora a cidade tem simplesmente a cara de sua gestão “TARTARUGA”.

Tenho razão para sentir saudades do homem da campanha, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar forte de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque tu governador, fez o não previsto nas leis da amizade, da governabilidade e da natureza, nem me deixou sequer, o direito de indagar e me indignar, porque simplesmente, humilhou pais de família, concursados, mandando seu comandante, porque não o reconheço como meu comandante,  me humilhar,  dizendo não me reconhecer, e não me diga que não mandou, pois a caneta é sua, e se não tivesse mandado, juntamente com o seu guru da PMDF chamado de rei da selva, já os teria exonerado.

Sei que pelas palavras aqui proferidas poderei ser preso. Então estou preparado. 

Prenda-me, pois terei o orgulho de sair nas próximas eleições dizendo: esse ai eu caminhei do lado, e simplesmente mudou quando chegou lá, dizendo e prometendo um novo caminho, onde na verdade, apenas vi este novo caminho humilhando e decepcionando, e agora amordaçando à luz de um arcaico regulamento disciplinar.

Fonte: Blog do Sombra — Internauta colaborador