Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 23 de março de 2017

Não temos tempo a perder, greve geral! Lute agora ou morra trabalhando. Sem direito algum!

Quinta, 23 de março de 2017
De Luta Socialista/PSOL e Unidos Pra Lutar 
De todos os lugares, de todas as partes desse imenso Brasil, aos poucos fomos ocupando as ruas. Demorou um pouco nosso grito de guerra, mas quando ele saiu os poderosos de Brasília, instalados na praça dos três poderes, tremeram ao escutar nossa voz: Greve Geral! Fora Temer e o ajuste fiscal!

Nossa movimentação foi anterior ao 8 de março, Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. Em todos os estados, em muitas categorias, nosso foco foi convencer cada companheiro e cada companheira em seu local de trabalho a vir defender os direitos e conquistas de todos/as. A vir defender uma aposentadoria digna e também garantias trabalhistas.

Assim a força de muitos/as, com determinação e ousadia, foi crescendo e não teve ninguém que tivesse a coragem de tentar impedir o que deveria ser feito.

De um lado o governo e os patrões, com um claro propósito de que paguemos a conta da atual crise econômica com a aprovação das reformas da previdência e trabalhista, do outro lado a determinação de lutar porque direito não se reduz, direito se amplia.

Nesse enorme cabo de guerra em que se transformou a política nacional, as principais centrais sindicais do país como a CUT, a CTB e a Força Sindical, essa última apoiadora de primeira hora do governo Temer, bem que tentaram cada uma ao seu modo, dizer o que deveríamos fazer, mas sequer ajudaram de fato na construção desse Dia Nacional de Luta porque não organizaram, nem convocaram suas categorias como deveriam fazer.

Seus objetivos eram claros: controlar desde o início nossa indignação. Entretanto em cada assembleia, reunião e conversa ao pé de ouvido de cada peão, seja ele operários da indústria, da construção, bancário, carteiro, professor, servidor público, ferroviário, rodoviário, comerciário ou metroviário, uma única certeza, a de lutar ou morrer trabalhando sem direito algum.

Os atos massivos ocorridos no dia 15 de março, de forma bem particular a manifestação que ocupou a avenida paulista, símbolo maior da conquista das jornadas de junho de 2013, sentenciou o que pode ser o primeiro dia do fim do corrupto governo Temer.

De norte a sul e em todas as regiões do país uma multidão assalariada e também desempregada, gente que acorda cedo, produz a riqueza do país, marchou unida como há muito anos não se via.

Os que diziam que nós trabalhadores e trabalhadoras não tínhamos força para enfrentar o governo e seus ataques e que portanto deveríamos começar a preparar a disputa eleitoral de 2018, já devem estar refazendo todas as suas avaliações. Temer pode sair, não pelo voto na urna, mas pela ação do povo pobre e trabalhador, nas ruas. Nunca tivemos medo de nada, só precisávamos de um empurrãozinho para nos juntar e mostrar do que somos capazes.

Em muitas cidades o transporte parou, assim como deixou de funcionar o banco, a fábrica, a escola e o canteiro de obra porque não tinha trabalhador nem trabalhadora pra fazer as coisas funcionarem.

Com a massa trabalhadora em movimento, oportunistas de última hora bem que tentaram ofuscar nossa vitoriosa manifestação, até Lula apareceu se dizendo indignado com a reforma da Previdência que ele, quando presidente, começou a fazer acabando assim com a igualdade de direitos entre trabalhadores da ativa e aposentados do serviço público.

O recado já foi dado, não vai ter arrego porque não daremos nenhum passo atrás. A CUT, CTB e as principais centrais sindicais do país devem assumir sua responsabilidade, unificar todas as lutas e campanhas salariais de nossa classe e convocar urgentemente uma greve geral no país.

A construção da greve geral passa em primeiro lugar por apoiar incondicionalmente a greve nacional dos trabalhadores em educação, greve essa que estamos empenhamos para que se fortaleça, possa se expandir e seja vitoriosa.

Se torna urgente debater nos locais de trabalho e votar em cada assembleia de preparação dessa greve geral: 1) retirada de pauta do congresso nacional corrupto e o arquivamento das reformas da previdência e trabalhista, 2) o não pagamento da dívida pública, 3) a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários. Trabalhar menos para que todos possam trabalhar, 4) piso salarial nacional do DIEESE para todas as categorias de trabalhadores, 5) 10% do PIB para educação e saúde pública já!, 6) congelamento dos preços de alimentos e das tarifas de luz, água, telefone, transporte, IPTU e combustível; 7) construção de casas populares a preços subsidiados e a reforma agrária; 8) prisão e confisco dos bens de corruptos e corruptores; 9) estatização sobre controle dos trabalhadores de todas as empreiteiras e empresas denunciadas pela lava-jato; 10) Fora Temer! Por um governo verdadeiramente dos trabalhadores, sem patrões, sem corruptos e burocratas sindicais.

São Paulo, 21 de Março de 2017.
Luta Socialista/PSOL e Unidos Pra Lutar