Douglas Corrêa - da Agência Brasil
A Polícia Federal realiza na manhã de hoje (1) mais uma fase da
Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, denominada de Ratatouille com a
finalidade de desarticular um esquema criminoso de desvio de recursos
destinados ao fornecimento de merenda escolar e alimentação de detentos
nos presídios no estado do Rio de Janeiro, tendo como contrapartida o
pagamento de propina a autoridades públicas.
A operação é feita
em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. O
objetivo da ação são as empresas Mazan e Milano, que pertencem ao mesmo
grupo familiar. Elas forneciam também alimentação para hospitais
públicos do estado e para o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) durante os
Jogos Olímpicos do ano passado. Nos últimos dez anos, as duas empresas
tiveram contratos superiores a R$ 700 milhões com o governo do Rio de
Janeiro.
Os policiais federais cumprem um mandado de prisão
preventiva e nove mandados de busca e apreensão, expedidos pelo juiz
Marcelo Bretas, 7ª Vara Federal Criminal do Rio, nos bairros da Barra da
Tijuca, do centro da cidade, em Ipanema e no Leblon, no município do
Rio, e nas cidades de de Mangaratiba e Duque de Caxias.
As
investigações, iniciadas há seis meses, indicam o pagamento de pelo
menos R$ 12,5 milhões em vantagens indevidas a autoridades públicas por
um empresário do ramo de alimentação que mantinha contratos com o
governo do Estado do Rio.
De acordo com a PF, “o nome da operação
remete a um prato típico da culinária francesa, em referência a um
jantar em restaurante de alto padrão em Paris, no qual estavam presentes
diversas autoridades públicas e empresários que possuíam negócios com o
estado”.