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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Polícia Federal prende ex-ministro Geddel Vieira Lima

Segunda, 3 de julho de 2017
Do Jornal do Brasil
O ex-ministro Geddel Vieira Lima foi preso na tarde desta segunda-feira (3) pela Polícia Federal. Há menos de duas semanas o ex-ministro entregou seu passaporte e colocou seu sigilo bancário à disposição do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com o objetivo de evitar a prisão.
O ex-ministro foi citado mais de uma vez na delação premiada dos executivos do grupo empresarial J&F, que deu origem à investigação contra Temer. Segundo os depoimentos, ele seria o intermediário nas negociações com o presidente até o momento em que foi afastado da articulação do governo no Congresso. Apesar disso, ele não figura como investigado no inquérito.
Geddel Geddel deixou o governo em novembro do ano passado, após ser denunciado de pressionar o então ministro da Cultura Marcelo Calero para que o Iphan liberasse a construção de um prédio em região tombada de Salvador.

Geddel Vieira Lima foi citado mais de uma vez em delações de executivos da JBS
Geddel Vieira Lima foi citado mais de uma vez em delações de executivos da JBS

Ligações para Lúcio Funaro
O doleiro Lúcio Funaro - apontado como um dos principais protagonistas no esquema de corrupção da Lava Jato e operador do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) - relatou, em depoimento à Polícia Federal, que o ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos mais próximos de Temer, ligou insistentemente para saber se o doleiro estava fechando acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Na época das ligações telefônicas, Geddel ainda não havia deixado o governo e era o homem de confiança de Temer.
Funaro estará no conteúdo da denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentará contra Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF), até o próximo dia 19.
A denúncia contra Temer, que parte da gravação de uma conversa do presidente da República com dono da JBS, Joesley Batista, e de delações de executivos da empresa, deve reiterar os crimes de obstrução de justiça, organização criminosa e corrupção passiva, os mesmos crimes que embasaram a abertura de inquérito contra o peemedebista no Supremo.
Quando deixou o governo, Geddel teria sido substituído pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para tratar de assuntos pessoais de Temer, entre eles, o do episódio que veio à tona na delação da JBS, no dia 17 de maio. Loures foi filmado recebendo do executivo Ricardo Saud, da JBS, uma mala com R$ 500 mil. O suborno seria apenas uma das parcelas de um pagamento que soma mais de R$ 600 milhões, segundo a PF, para atender a interesses da empresa junto ao governo.
Preso pela PF, Loures fazia também a mediação entre Temer e o dono da JBS. Numa das gravações feitas pelos investigadores, o ex-deputado do PMDB marca o encontro que ocorreria em março no Palácio Jaburu entre o presidente e o empresário. No encontro, Temer disse a Joesley Batista que Loures era homem de sua confiança.