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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Rollemberg, o ‘socialista’, sancionou hoje (3/7) a famigerada lei que transforma o Hospital de Base em ‘instituto’; e o MPDF, entra ou não entra com ação direta de inconstitucionalidade?

Segunda, 3 de julho de 2017

Parlamentares, partidos, sindicatos, cidadãos, dizem que entrarão com ações na Justiça contra a famigerada lei da precarização do HBDF. Uns, com ação direta de inconstitucionalidade. Outros, com ações populares.


A vergonhosa lei que precariza, terceiriza, quarteiriza, 'quinteiriza' os serviços de saúde prestados pelo histórico Hospital de Base do DF, o HBDF, foi sancionada nesta segunda-feira (3/7) pelo governador ‘socialista’ (atentem para as aspas, por favor) de Brasília.

Lembremos que no dia 20 de junho, data da votação em que foi aprovado —transformando-se em lei— o nefasto projeto de lei nº 1.486/2017, de autoria do ‘socialista’ (entre aspas. Atentem sempre que  este socialista aí está entre aspas), foi publicada uma edição suplementar do Diário Oficial do DF. Nas páginas dois, três e quatro do DODF constate que há um caminhão de nomeações no mínimo estranhas. Dizem que de apadrinhados, afilhados, peixinhos, de alguns dos distritais que ‘acabaram’ sendo convencidos a votar pela aprovação do descabido PL. Seria bom todos os distritais que aprovaram a lei do instituto do HBDF viessem a público negar, nome por nome, que os indicados não são seus. Não vale mentir.

Chilique
Mais uma vez um chilique. Se em discurso na Ceilândia o governador ‘socialista’ já havia ‘chilicado’ quando falou do ainda PL da precarização do HBDF, hoje (3/7) pela manhã, após sancionar a lei, voltou a espumar, acredita-se que com a intenção de jogar para a direita. A medida que sua imagem se desgasta na esquerda e até no centro, ele toma atitudes e palavras que agradam à direita mais retrógrada do DF. Se isso vai resultar em voto, só as urnas em 2018 dirá.

Não é que ele, um ‘socialista’ do partido que foi de Miguel Arraes, o cearense/pernambucano arretado, um ícone da resistência e da esquerda (a histórica) brasileira, espumou contra os sindicatos e os sindicalistas? E isso porque eles criticam o desastre que é a desadministração da saúde pelo GDF.

Segundo o ‘socialista’ (pelo amor de Deus, caro leitor! Observe que continua entre aspas): “os sindicatos lutam por interesses próprios e não pela população”. E mais baboseira —se o parâmetro considerado for o antigo PSB de Arraes—  falou: “as lideranças sindicais são dispensadas do trabalho e isso causa uma distorção na sociedade.” Que se saiba, nem quando secretário de governo do DF, deputado distrital, ministro da Ciência e Tecnologia, deputado federal e depois senador, o ‘socialista’ (olha as aspas) Rollemberg se referiu a tal distorção na sociedade, essa dispensa de dirigentes sindicais. Dispensa que, por sinal, é prevista em dispositivos legais. Não é nenhum favor. Só agora, passados tantos anos, ele, o ‘socialista’, se insurge, critica, chilica. Por quê? Responda quem quiser.

Durante o tempo em que o projeto de lei da precarização do Hospital de Base esteve em discussão na CLDF, as críticas foram as mais contundentes contra o modelo que o ‘socialista’ (outra vez entre aspas) quer finalmente implantar no HBDF.

As mais distintas entidades, inclusive Ministérios Públicos, entre os quais o de Contas da União, e até mesmo a presidente do Hospital Sarah —instituição que, num dia e no outro também, o governador e o secretario de Saúde do DF apontavam como sendo o modelo a ser imposto ao HBDF— criticou a proposta de Rollemberg. Demonstrou, a presidente da Rede Sarah Kubitschek, Lúcia Willadino Braga,  o erro do governador em querer enquadrar o Hospital de Base dentro de um modelo de outro hospital, este totalmente diferente do modelo do Base.

O que se pretende mesmo, apesar do uso de argumentos pretensamente modernizantes, mas que não passam de modernosos, é não se cumprir a lei das licitações, do concurso público sério, substituindo-o por acochambradas como as que ocorrem em todo o país com os tais ‘institutos’, oscips, OSs, que atacam os cofres públicos na área da saúde.

Agora é esperar que o Ministério Público do DF, os deputados que falavam em medidas judiciais, os líderes sindicais cumpram o que ameaçavam. Ações na Justiça. Em alguns casos, ação direta de inconstitucionalidade. Em outros, ações populares. 

Ah! Uma última coisa. O chefe maior do tal Instituto do Hospital de Base será sempre o secretário de saúde do DF. Nada mais a declarar.