Quinta, 20 de junho de 2024

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
O GDF tratorou e aprovou tudo que queria no novo Projeto de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília – PPCUB. O novo texto altera completamente a filosofia de Lucio Costa. Implanta moteis em áreas escolares, lojas de material de construção no setor de Embaixadas, institui novos lotes na beira do Lago Paranoá para condomínios no estilo resort, gabaritos de prédios de três andares poderão crescer até doze, em pleno centro da cidade. Alterações urbanísticas poderão afetar o juízo sobre o tombamento de Brasília. Unesco havia pedido para verificar previamente as propostas de alteração, mas não foi atendida. Foto de Bento Viana
Por Chico Sant’Anna
A tarde do dia 19 de junho é uma data para não ser esquecida pelos brasilienses. Nesse dia, o Governo do Distrito Federal passou o trator sobre a Câmara Legislativa do DF. Sem debate, sem transparência, com a maioria dos parlamentares desconhecendo em detalhes o que votava, foram aprovadas novas regras urbanísticas para o Plano Piloto, projetado por Lucio Costa e tombado pela Unesco. Daqui pra frente, o brasiliense vai começar a sentir na pele as alterações feitas a toque de caixa por uma maioria governista que nem se preocupou em fazer um debate do que estava votando. A título de exemplo, os 16 pequenos hotéis existentes às margens do Eixo Monumental vão poder crescer até 13 andares. Para os moradores das residências da Asa Sul e Norte, que brigavam contra a existência de pensões, o fantasma ainda será maior: foi aprovada a emenda do distrital Thiago Manzoni (PL), pela qual os imóveis existentes do SGAN e SGAS, entre as vias W.4 e W.5, nas duas Asas, poderão abrigar alojamentos, hotéis, apart-hotéis e quem diria, motéis. Até mesmo o Colégio Militar, na Asa Norte, foi contemplado com a possibilidade de ali erguer um motel.

A oposição, com seis guerreiros até que tentou, mas os 18 do governo não queriam sequer debater o que estava sendo votado e reivindicavam a votação em bloco, para que tudo se resolvesse rapidamente.
Deputado Fábio Félix chegou a apresentar um destaque para que a autorização dos motéis fosse rejeitada, mas a tratorada novamente passou: 18 a 6.
Leia a íntegra
Leia a íntegra