Quarta, 24 de julho de 2024
Atualmente são 82 UCs e uma Reserva do Patrimônio Natural sob gestão do Brasília Ambiental
Redação
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 24 de julho de 2024

Evento também teve como proposta dialogar sobre o futuro das UCs do DF e fortalecer as redes de apoio à proteção ambiental - Foto: Divulgação/Brasília Ambiental
A primeira Conferência Distrital de Unidades de Conservação do Distrito Federal foi realizada, nesta segunda (22), com objetivo de debater sobre os desafios e a gerências das Unidades de Conservação (UCs). O evento foi realizado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), por meio da Superintendência de Unidades de Conservação (Sucon).
As UCs são espaços que garantem a preservação, utilização sustentável, restauração e a recuperação do ambiente natural. As unidades formam um banco genético, pois conservam a amostras de diferentes ecossistemas, segundo o Brasília Ambiental.
"São elas que mantém a preservação do meio ambiente e ajudam, principalmente, a evitar essa utilização indevida do solo. As unidades são consideradas pontos verdes de preservação da fauna e da flora, elas são pontos incrustados da nossa cidade", destaca a Superintendente de Fiscalização Ambiental do Ibram, Simone Moura Rosa.
Atualmente, o Brasília Ambiental tem, sob sua gestão, 82 UCs e uma Reserva do Patrimônio Natural (RPN). "Muita gente não sabe a quantidade de espaços que nós temos e que deveriam estar mais protegidos, eu assumo essa culpa. Mas o Brasília Ambiental, durante muitos anos, foi retirado cargos e foi trabalhado de outra forma", diz Rôney Neymer, presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), durante a mesa de abertura da conferência.
O evento também teve como proposta dialogar sobre o futuro das UCs do DF, fortalecer as redes de apoio à proteção ambiental, conhecer projetos inovadores para o uso público das UCs. Além de descobrir parcerias que garantem a preservação da biodiversidade, ficar por dentro das novas Instruções e Normativas do Brasília Ambiental.
Além da mesa de abertura, a primeira edição da conferência também contou com quatro momentos, realizados ao longo do dia na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Pela manhã, foi falado sobre a gestão das unidades de conservação e estrutura da Sucon. Já no período da tarde, foram destacados o uso público aliado à conservação e parceiros da biodiversidade.
Preservação do Cerrado
O promotor de Justiça do Meio Ambiente e Patrimônio Cultura, Roberto Carlos Batista, lembrou que, atualmente, o bioma Cerrado é o mais desmatado em todo Brasil. "O Cerrado que garante a produção e a perenidade das águas. É como se fosse uma floresta de cabeça para baixo. E o DF, em especial, tem tido um impacto enorme em razão das ocupações desordenadas, das legalizações dos empreendimentos urbanos, que começaram ilegais".
Em 2024, pela primeira vez, o Cerrado foi o bioma que apresentou o maior desmatamento, com um aumento de 67,7% em 2023, na comparação com o ano anterior e no DF este aumento foi de 612,5%, de acordo com o Relatório Anual de Desmatamento (RAD) do MapBiomas. Em 2022, foram 90 hectares de áreas desmatadas no DF, mas esse número subiu para 638 hectares em 2023.
Para o secretário do Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema), Gutemberg Gomes, o Cerrado é uma "infinidade de biodiversidade". "As alterações climáticas estão cada vez mais presentes para nos alertar da necessidade de debatermos soluções para, efetivamente, preservar o nosso meio ambiente", afirma.
Durante o evento, também foram apresentados os projetos das diretorias regionais do instituto, entre elas está o Reconexão Cerrado, projeto de compensação ambiental. O objetivo é executar ações de recuperação, conservação e preservação ambiental em Unidades de Conservação, como apresentou os servidores do Ibram.
Segundo Ana Paula, medica veterinária, a proximidade das UCs das áreas urbanas trazem uma série de efeitos que podem afetar os mamíferos do Cerrado das áreas de conservação. "No DF, nos deparamos com a maior parte das áreas de conservação rodeados de áreas urbanas e propriedades rurais. Esse proximidade acaba favorecendo uma maior proximidade entre humanos, animais domésticos e animais silvestres. Isso gera uma série de conflitos, como até mesmo adaptação de agentes patogênico", apresenta a pesquisadora.
Edição: Flávia Quirino