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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Sem atendimento na pediatria do Hospital Regional do Gama (HRG), criancinha morre nos braços do pai

Quarta, 14 de maio de 2014
Morreu ontem, 13 de maio, mais uma vítima da insensibilidade dos governantes. No HRG, Hospital Regional do Gama, uma criancinha morreu depois de esperar, sem sucesso, o atendimento na pediatria. Se o governo não tem a mínima sensibilidade do que seja governar para o povo, para nossas crianças, preferindo investir bilhões em áreas que praticamente só beneficiam empreiteiros e grandes empresas, o pai daquela pequenina criatura deu-lhe o máximo que estava ao seu alcance: O carinhoso, o afetuoso conforto na hora da morte. Morreu a criancinha nos braços do pai.
E agora? Quais as desculpas do governo? Desculpas? A cretina de sempre. O “vamos apurar”; O “estamos providenciando a resolução do problema de falta de médico”, a exemplo da promessa no segundo semestre do ano passado, feita pelo na época secretário de Saúde, Rafael Barbosa, de que contrataria 33 pediatras para o HRG. O “realizaremos concurso já autorizado”. Depois de quase quatro anos de governo?
Claro que a criancinha que morreu ontem nos braços do seu querido pai poderia até morrer se tivesse recebido o melhor atendimento do mundo. Quem sabe? Mas certamente muitas mortes acontecem por falta de socorro, do médico para atendê-lo, do equipamento para realizar exame, da ambulância que não chegou no tempo necessário. E, parece, pelo menos este é o sentimento externado por alguns servidores do HRG que ontem presenciaram os últimos instantes daquela criança e o desespero do pai. Dois servidores do HRG ao comentar o ocorrido, deixaram escorrer dos olhos algumas furtivas lágrimas.
Fui hoje (13/5) ao HRG levar uma cadeira de rodas para que uma conhecida pudesse retirar a sua mãe muita idosa e que estava internada. Desde às duas horas esperou uma ambulância. E nada aconteceu. Cadeira de rodas para levar a paciente até a porta do hospital? Também não havia. Total descaso, não dos servidores do hospital, mas das autoridades.
Enquanto levava em carro particular a minha amiga e a mãe, a cadeira de rodas usada por essa idosa serviria para transportar do pronto-socorro, da ortopedia, um jovem de 15 anos que teria que tirar uma radiografia das pernas. O pai desse jovem, com lágrimas nos olhos, falou que não aguentaria carregar seu filho até a radiologia. E a cadeira, que deveria ser do governo do DF, fez o serviço do estado.
Ao retornar para pegar a cadeira fiquei alguns minutos no hospital. Já passava das 17 horas e havia gente que estava desde às sete horas e que ainda não havia conseguido ser atendido. Algumas eram crianças. O clima era de revolta com o descaso do governo do DF com a população.

Fonte: Redação Gama Livre

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