Quarta, 1º de junho de 2016
Margareth Menezes - Elegibô - CLIPE - 1987
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Sayonara Moreno - Correspondente da Agência Brasil
A
capital da Bahia, Salvador, recebeu hoje (1º), o título oficial de
Cidade da Música, da Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Na sede da
prefeitura da cidade, no bairro do Comércio, o título – que já havia
sido anunciado no fim de 2015 – foi entregue oficialmente ao prefeito
ACM Neto. Com isso, Salvador se torna a primeira cidade brasileira a se
enquadrar na categoria Música, Rede da Unesco.
A coordenadora do
setor de Cultura da representação da Unesco Brasil, Patrícia Braz,
ressaltou que a medida significa, além de tudo, atribuir
responsabilidades à cidade de Salvador. “A Rede de Cidades Criativas é
um programa relativamente novo da Unesco que busca, por meio da cultura,
estimular ações aos governos locais, para colocar a cultura como
estratégia de desenvolvimento local. Não apenas como estratégia de
desenvolvimento econômico, mas que tenha efeitos práticos para a
sociedade. É um conjunto com sete categorias e o programa parte do
compromisso do governo local, de apresentar um programa de trabalho, que
demonstra sua capacidade de executá-lo em benefício da sociedade”,
disse Patrícia, que entregou ao prefeito o documento que oficializa o
título.
“Falando da música, os desafios que se impõem são
inúmeros. Primeiro, entender o impacto da cadeia da música na economia
local; segundo, entender e direcionar como o governo local vai estimular
o fortalecimento dessa cadeia e, terceiro, como a prefeitura se
compromete com a interação entre a cultura e a educação”, completou a
coordenadora.
Participaram da cerimônia artistas, músicos locais e
de repercussão nacional como Daniela Mercury, Margareth Menezes,
Ricardo Chaves e Paulinho Boca de Cantor (integrante do grupo Novos
Baianos), Jerônimo e membros da banda afro de mulheres Didá.
“Quero
prestigiar a todos os músicos presentes e quero parabenizar a todos os
envolvidos pela iniciativa, é bom que [se] mensure essa indústria [da
música], para mostrarmos o que a gente tem feito. Num momento tão
crucial na cultura do Brasil, é muito importante esse título para nós,
para a gente ocupar as ruas, o país, e estar falando da essência do que
somos como gente e como povo”, declarou Daniela Mercury após cantar um
trecho de Cidade da Música, que ela mesma compôs no início do ano, em homenagem ao título.
O
secretário de Educação do município, Joege Khoury, explicou que a
candidatura de Salvador para o título foi proposta em parceria com o
Escritório Salvador Cidade Global e a prefeitura, que decidiu inscrever a
capital baiana na categoria Música, uma das sete categorias da Rede de
Cidades Criativas da Unesco.
“Foi um trabalho durante o período
de julho a dezembro do ano passado, fazendo chegar à Unesco as
informações com relação ao trabalho que nós fazemos em Salvador e à
visão da música como instrumento importante de inclusão social e como um
equipamento importante no desenvolvimento de um povo”, afirmou o
secretário.
“Esse título traz visibilidade, mais compromisso de
representar cada vez melhor esse título, que é uma conquista justa, já
que o povo soteropolitano e baiano contribuiu tanto para a música
popular brasileira. Além disso tem a economia. A indústria da música
gera renda na nossa terra, é uma conquista importantíssima, que levanta
ainda mais a nossa autoestima, como artistas baianos”, comentou a
cantora Margareth Menezes, após a cerimônia.
De acordo com a
prefeitura, Salvador é a primeiro município brasileiro a integrar a Rede
de Cidades Criativas da Unesco, no segmento musical, ao lado de cidades
como Bogotá (Colômbia), Bologna (Itália), Brazzaville (República do
Congo) e Hannover (Alemanha).