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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 18 de abril de 2018

A ESCS [Escola Superior de Ciência da Saúde] não pode Morrer: ela é nossa, é do DF.

Quarta, 18 de abril de 2018
Professora Fátima de Sousa —  Ex-diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. (2014-2018)

A Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), criada há 17 anos, necessita urgentemente de ser cuidada, com as responsabilidades devidas dos entes públicos, desde a Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que ainda não compreenderam a relevância pública dessa Escola, responsável pela formação anual de 160 profissionais de saúde, sendo 80 na Medicina e 80 na Enfermagem.

O modelo político pedagógico da ESCS faz dela a melhor escola de Medicina e Enfermagem da capital da República, colocando-a entre as oito instituições mais bem avaliadas, obtendo nota 5, considerada a máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE, 2007). Este é o resultado de uma formação que se dá na própria rede do Sistema Único de Saúde (SUS), tão logo o(a) estudante ingresse no curso, até a sua saída. Um itinerário que faz dele(a) um(a) estudante comprometido(a) com os reais problemas do cotidiano e também com uma forma cuidadosa de fazer assistência à população.

A Escola proporciona ainda que seus egressos assumam espaços na gestão da SES-DF e em outros espaços de tomada de decisão no âmbito do SUS. Entendamos, portanto, que a integração do ensino ao serviço de saúde faz-se necessária, logo, cabe ao gestor adotar as seguintes medidas: ampliar o número de profissionais, sobretudo médicos(as) e enfermeiros(as), para que possam exercer as práticas docentes e assistenciais; organizar a jornada de trabalho, proporcionalmente, e de maneira legal; instituir normas que assegurem a carga horária necessária ao funcionamento da rede assistencial e das atividades docentes junto à ESCS; bem como instituir a carreira docente assistencial, no âmbito da SES-DF.

Essa é uma questão a ser tratada com firme decisão à luz das necessidades do SUS no Distrito Federal, considerando o déficit de pessoal para o conjunto da rede de assistência que compreende a rede básica e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), os hospitais, e outros Serviços de Emergência, sobretudo os da pediatria, recentemente fechados. A SES-DF não pode confundir a população. Chega de jogar no colo de sua própria Escola de excelência, a responsabilidade pelos históricos problemas estruturais da rede até então má gerida. Lembremo-nos que, assim como o SUS já fora levado para a UTI, não deixemos a ESCS agonizar. Ela é do povo do Distrito Federal, por isso não podemos deixá-la morrer.

Subscrito por: Maria José Maninha; Antonio Carlos de Andrade; Anjuli Tostes; Ayla Viçosa; Chico Sant'Anna; Fabio Felix; Marivaldo Pereira; Max Maciel; Rafhael Sebba; Rubens Bias; Talita Victor;  Keka Bagno.