Quinta, 2 de maio de 2019
Ruas do Gama (DF) foram transformadas da tarde do dia 1º de maio de 2019, até a manhã do dia seguinte (2 de maio), em fétido rio de água de cocô. Material que rolou de um esgoto, empesteando o ar, incomodando moradores da área e pedestres e motoristas que por ali passam. E...contaminando o lençol freático, pois o material caía também nas bocas de lobo que carregam as águas para o lençol. Um dia essa água contaminada chegará à Barragem do Corumbá e voltará para o consumo de pessoas.
O mais absurdo, talvez, talvez, é que foram quase 24 horas de merda correndo pelas ruas. E olha que na Praça do Cine Itapuã o fedor estava horrível. Uma multidão participava de um grande evento cultural na tarde de ontem, Dia do Trabalhador. Muita gente não aguentou o fedor e deixou a praça.
O vazamento do esgoto se localizava no balão em frente ao Cine Itapuã, também em frente da Igreja de São Sebastião e da praça em que estão vários restaurantes. A merda descia na rua que margeia as quadras 21, 22 e 23 do Setor Leste do Gama.
Quando da vazão maior de água de merda, carros que se cruzavam jogavam o material imundo uns sobre os outros. Atravessar a rua, só se fosse de canoa. Uma galocha de cano longo até que poderia quebrar o galho. Evitaria melar os pés, mas certamente algum carro jogaria água no rosto no corajoso, e sem olfato, que se atrevesse a cruzar o rio de merda.
Só por volta das 10 horas de hoje, dia 2 de maio de 2019, é que chegou uma equipe a serviço do governo do DF e fechou a vazão da água de cocô, ou água com cocô, como queira entender.
O vídeo aqui postado foi feito hoje (2/5/2019), um pouco depois da merda ser trancada pela equipe do GDF. Passei antes um pouco, mas não seria doido de descer para filmar, pois não estava de galocha, e nem tenho isso. Estava com uma sandália fransciscana, aberta portanto. Quem sou eu para pisar em merda? E como corria um rio de água suja de cocô, não dava para entrar. Nem mesmo para ficar ‘na margem do rio’. Enquanto montava uma câmara no carro —pois dirigir com câmara não mão eu não faço— eis que o fluxo de merda foi interrompido pela equipe do caminhão que havia chegado. Mas dá para ver as marcas deixadas no asfalto pelo rio que até instantes atrás daquele momento corria em profusão.
Uma vergonha, coisa vergonhosa!
PS.: Essa não é a primeira vez, e nem será a última, em que o gamense verá —e respirará— suas ruas servindo de leito de rio de merda.