Segunda, 1º de abril de 2024
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
O Estado brasileiro está prestes a perder um valioso acervo de obras de artes, privando a sociedade de poder admirar esse patrimônio artístico. Obras de artes apreendidas em operação de combate à corrupção, no lugar de reforçar os museus e pinacotecas públicas, estão sendo vendidos em hasta pública. Podem até ir parar no exterior.
Por Chico Sant’Anna
Obras exemplares da potencialidade das artes plásticas brasileiras, como Abaporu, de Tarsila do Amaral, já não se encontram mais no Brasil. Foram vendidas para o exterior. Agora, um expressivo acervo artístico em posse do Estado brasileiro está prestes a mudar de mãos e ser privatizado, privando a sociedade de ter acesso a ele. Podem igualmente ir parar no exterior. São 17 obras de artistas consagrados, como Cícero Dias, Manoel Santiago, Manabu Mabe, Orlando Teruz, Sílvio Pinto, Heitor dos Prazeres, Carybé, Roberto de Souza e tantos outros. Há ainda obras peruanas do estilo arte cusquenha.
São lotes de um leilão em favor do Ministério da Justiça, que já acontece de forma virtual e se encerra no próximo dia 17 de abril. Todos estão com documentos que comprovam a originalidade e autenticidade das pinturas. Instituições como o Ministério da Cultura e o Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desconheciam a venda autorizada pela justiça que, se levada a cabo, levará importante acervo da cultura nacional para proprietários particulares.