Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Nota sobre a demissão do Jean Paul Prates e indicação da Magda Chambriard para a presidência da Petrobrás

Quinta, 16 de maio de 2024
Publicado pela AEPET —Associação dos Engenheiros da Petrobrás—  nesta quarta-feira, 15/05/2024
Foto: Agência Petrobra

A Petrobrás e a imprensa informam a demissão de Prates e a indicação da Magda Chambriard para a presidência da petrolífera estatal.

A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) avaliou o histórico dos dois, em dezembro de 2022, enquanto eram considerados candidatos para assumir a presidência da Petrobrás no início do terceiro governo Lula.


Encontramos muito em comum, Prates foi entusiasta da quebra do monopólio estatal do petróleo exercido pela Petrobrás, no governo FHC, em 1997. Defendeu a privatização da Petrobrás, participou da elaboração da Lei do Petróleo (Lei No 9478/97) e foi redator do Contrato de Concessão. Desde 1991, atuou como empresário e consultor das petrolíferas que pretendiam explorar o petróleo e o mercado brasileiros, através da Expetro Consultoria.

Enquanto Chambriard promoveu quatro leilões de petróleo, entre os quais o 1º leilão do pré-sal, da área de Libra. Defendeu a maior participação de petrolíferas estrangeiras na exploração do petróleo brasileiro. Elogiou a facilitação do governo Temer para a privatização do campo de Carcará pela Petrobrás, em favor da estatal norueguesa Statoil (atual Equinor). Foi contrária a interferência do governo para alteração da política de preços da Petrobrás, em especial com relação ao Preço Paritário de Importação (PPI) do diesel.

Prates não nos surpreendeu enquanto a direção da Petrobrás manteve investimentos baixos e dividendos insustentavelmente altos em 2023. Também não ao manter a política dos Preços Paritários de Importação (PPI), mudando apenas seu nome e a frequência dos reajustes.

Prates deixa a Petrobrás fiel e coerente com seu passado, infelizmente para o Brasil e a estatal.

Pelo histórico de Prates e Chambriard, a substituição do primeiro pela segunda nos parece trocar seis por meia dúzia. O tempo é o senhor da verdade e, mais uma vez, nos mostrará.

Felipe Coutinho

Presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)

Maio de 2024