Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 15 de fevereiro de 2025

O ridículo da subserviência brasileira aos EUA

Sábado 15 de fevereiro de 2025

Eduardo Tito*

A bajulação de parte da sociedade brasileira pelos Estados Unidos é um tema que revela uma dinâmica de subordinação política e cultural que ao longo dos anos tem gerado impactos negativos para a autonomia nacional. Esse fenômeno pode ser observado nas diversas formas de adesão irrestrita aos comportamentos sociais que imitam as práticas e valores dos EUA. O que se percebe muitas vezes, é um esforço exagerado por parte de certos setores da sociedade e de alguns governos brasileiro para se alinhar aos interesses norte-americanos, deixando de lado as especificidades da cultura do nosso país e das necessidades da nossa nação.

Essa relação que também se manifesta na adoção de modelos econômicos e políticos dos Estados Unidos, sem considerar as particularidades brasileiras, acaba favorecendo interesses estrangeiros em detrimento do bem-estar e desenvolvimento do Brasil. Em muitos momentos, a gestão do ex-presidente Bolsonaro aprofundou essa relação subserviente do nosso país com os EUA.

Mesmo a recíproca estadunidense sendo zero, ainda temos que nos deparar com Bolsonaro que não esboçou nenhum sentimento humano diante das centenas de milhares de vidas perdidas pela covid-19, chorando no aeroporto por não ter conseguido embarcar para acompanhar a posse do presidente Donald Trump. Agora Trump deportam algemados e acorrentados ao Brasil, os brasileiros que lá estavam de alguma forma, irregularmente sem considerar nem os que fizeram campanha para ajudá-lo a se eleger. A busca pela aprovação e reconhecimento dos EUA é como se fosse  uma doutrinação religiosa. Como o Brasil pode construir uma identidade nacional sólida, que deve ser moldada a partir das nossas próprias experiências, riquezas culturais?.

Esse processo de subordinação pode ser prejudicial não só no campo político, mas também na construção de uma sociedade mais autônoma e consciente de sua posição no cenário global. Ao bajular os Estados Unidos, o Brasil deixa de ser um agente ativo nas decisões internacionais e passa a se contentar com um papel secundário, muitas vezes em nome de uma falsa ideia de modernidade ou prestígio internacional.

Portanto, a bajulação em questão não só enfraquece a soberania nacional, mas também diminui o potencial do Brasil se afirmar de forma independente no mundo. O país precisa voltar a se olhar de maneira crítica e construtiva, com a confiança de que sua identidade e seus valores têm o poder de influenciar globalmente, sem depender da validação de potências externas. Por enquanto, parte do patriotismo brasileiro não passa de um viralatismo doentio.

*Eduardo Tito é diretor de Jornalismo do jornal Notícias da Bahia, colunista no site Pátria Latina, com especialização em Gestão de Crise



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Fonte deste artigo: Pátria Latina, com informações do Jornal Notícia da Bahia