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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Violência no campo —Agricultor e liderança da luta pela terra é morto a tiros em Vitória do Xingu (PA)

Quinta, 13 de fevereiro de 2025

Ednaldo Palheta da Cunha era presidente da Associação dos Pequenos Agricultores do KM 40
 
crime ocorreu diante do filho do agricultor, de 11 anos — Reprodução/Redes sociais/MAB

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 13 de fevereiro de 2025

O agricultor Ednaldo Palheta da Cunha, liderança de um acampamento em Vitória do Xingu (PA), foi morto a tiros na noite de terça-feira (11). Ele era presidente da Associação dos Pequenos Agricultores do KM 40.

O crime ocorreu diante do filho do agricultor, de 11 anos. Conforme o relato da criança à polícia, obtido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do qual Ednaldo participava, dois homens de capacete abordaram Ednaldo em uma estrada na zona rural do município e, em seguida, atiraram. A vítima ainda teria tentado fugir, mas morreu no local.

Vizinhos de Ednaldo, conhecido como Naldo Bucheiro na comunidade de pequenos agricultores onde morava, afirmam que o território sofre recorrentes ameaças de fazendeiros locais. De acordo com um processo no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a área ocupada pelas famílias é pública e está pendente de titulação definitiva. A cidade de Vitória do Xingu é sede da hidrelétrica de Belo Monte.

O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil.

Nas redes sociais, movimentos e lideranças políticas lamentaram a morte do agricultor.

"Expresso minha solidariedade aos seus familiares, amigos e companheiros de luta. Já solicitei à minha assessoria que busque esclarecimentos sobre o caso e reforce a cobrança para que os responsáveis sejam identificados e punidos", afirmou o deputado estadual Carlos Boraldo (PT-PA).

O MAB também acrescentou que "lamenta profundamente esse assassinato, se solidariza com os familiares de Naldo e pede que o poder público dê celeridade ao processo de regularização da terra para as famílias".

O Brasil de Fato entrou em contato com a Polícia Civil do Pará para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para a manifestação do órgão.

Edição: Thalita Pires