Sexta, 24 de junho de 2022

Eliesio Marubo: A gente percebe o governo facilitando a atuação de garimpeiros ilegais, aproximando-se de grupos de extrema direita que, de alguma maneira, atenta contra nossos interesses" / Pedro França/Agência Senado
Representantes da Univaja se reuniram com autoridades em Brasília, nenhuma do Poder Executivo
O procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), o advogado Eliesio Marubo, cumpriu uma série de agendas essa semana, em Brasília, para denunciar a situação na região ainda em meio a comoção pelos assassinatos do indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips.
Apesar de ter participado de audiência pública no Senado Federal e ter se reunido com membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão superior do Poder Judiciário, o indígena foi completamente ignorado pelo governo Jair Bolsonaro.
"Nem de Funai, nem de qualquer ministério, nem de ninguém do Poder Executivo. Tivemos só [reuniões] com o Judiciário e o Legislativo", afirmou nesta quinta-feira (23) em coletiva de imprensa para fazer um balanço das atividades dos últimos dias.
Anti-indígena
Segundo o advogado, o governo federal tem agido numa política anti-indígena. "Eu tenho percebido muito uma questão ideológica embutida nessa perseguição do Bruno pela Funai. A gente percebe o governo facilitando a atuação de garimpeiros ilegais, aproximando-se de grupos de extrema direita que, de alguma maneira, atenta contra nossos interesses".