Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
Mostrando postagens com marcador BdF um ano após o colapso pandemia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador BdF um ano após o colapso pandemia. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 10 de maio de 2022

DO LUTO À LUTA —Um ano após o colapso: como estão as famílias arrasadas no pior momento da pandemia no Brasil

Terça, 10 de maio de 2022

BdF ouviu histórias de pesar e luta de quem perdeu entes queridos nos meses mais mortais desde o início da crise

Nara Lacerda
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 10 de Maio de 2022


Os meses de março, abril e maio de 2022 marcam o primeiro ano de um luto coletivo sem precedentes na história do Brasil. Ao fim desse mesmo período em 2021, o país havia perdido mais de 200 mil pessoas para a covid-19.

Se o ano passado foi o mais mortal já registrado pelos cartórios brasileiros, março, abril e maio foram os meses que mais pesaram nessa estatística. O número de mortes por covid-19 no trimestre representa mais de 30% de todos os óbitos causados pelo coronavírus até hoje em solo nacional.

Um ano depois, famílias, amigos, amigas, parentes, colegas, conhecidos e conhecidas ainda vivem as consequências do pesar. Lidam com a ausência de pessoas queridas, que perderam a vida na maior pandemia do século e também enfrentam entraves burocráticos, econômicos e até judiciais no processo.


“São milhares e milhares de brasileiros que estão sofrendo, hoje, além dos atravessamentos e consequências da pandemia da covid-19, essa dor profunda, que é perder alguém que ama”, afirma a assistente social e pesquisadora Paola Falceta, presidenta da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico).

Ela fundou a Avico junto com o advogado Gustavo Bernardes em abril do ano passado. Bernardes havia sido internado com quadro grave de covid-19 no fim de 2020. Já Falceta está nas estatísticas de enlutados e enlutadas no trimestre sombrio: perdeu a mãe em março de 2021 por causa do coronavírus.