Sábado, 3 de março de 2018
Do IHU
Instituto Humanitas Unisinos
“As intervenções [militares] são sumamente exitosas para se atingir os objetivos não confessáveis das classes dominantes e seus governos: o controle e extermínio da população potencialmente rebelde ou não integrável. Esta é a razão que move a militarizar países inteiros na América Latina, sem tocar na desigualdade, que é a causa de fundo da violência”, escreve o jornalista e analista político uruguaio Raúl Zibechi, em artigo publicado por La Jornada, 02-03-2018. A tradução é do Cepat.
Eis o artigo.
O governo de Michel Temer entregou a segurança do Rio de Janeiro às forças armadas, no último dia 16 de fevereiro. Corporações policiais, bombeiros e prisões passaram a ser administrados pelos militares. A escusa, como sempre, é a violência e o narcotráfico, que existem e são enormemente perigosos para a população. O Rio é uma das cidades mais violentas do mundo. Em 2017, houve 6.731 mortos e 16 tiroteios diários, com um saldo mínimo de duas pessoas mortas em cada um, quase sempre negros. Das 50 cidades mais violentas do mundo, 19 são brasileiras e 43 latino-americanas. Em paralelo, o Brasil está entre os 10 países mais desiguais do mundo, alguns deles também os mais violentos, como Haiti, Colômbia, Honduras, Panamá e México