Da
Ponte
02/03/20 por Flavio Campos e Tamires Gomes Sampaio, especial para Ponte
Uma política de segurança deve ser baseada na garantia de direitos de toda população e não na criminalização e segurança de apenas uma parte da sociedade
Imagem: Junião— ponte.org
O carnaval acabou, dias de folia, ocupação das ruas com cultura desde os sambas enredo das escolas de samba às fantasias dos bloquinhos de rua. O carnaval é um momento de alegria, mas teve também como marca a repressão, foram muitos os casos de violência em bloquinho e mais de 1.500 pessoas foram detidas em São Paulo.
No noticiário nas últimas semanas nos deparamos com denúncias de policiais invadindo uma escola pública na zona oeste e agredindo e apontando arma para alunos; mais um jovem assassinado em baile funk na zona leste; uma mulher grávida foi espancada por um PM na rua e um policial atirou para todos os lados em um bloquinho de carnaval em São Paulo e diante de todo esse cenário de violência nos perguntamos há quem serve essa política de segurança pública? Quem está realmente seguro nesta cidade?
Segurança pública, ao contrário do que Bolsonaro e Doria insistem em dizer, não se resolve com PM na rua atirando para matar e muito menos armando a população. Devemos construir uma política de segurança baseada na garantia de direitos de toda população e não na criminalização e segurança de apenas uma parte da sociedade.
Segundo bem expressa Humberto Barrionuevo Fabretti, o paradigma tradicional da segurança pública, mantido através dos séculos desde os tempos absolutistas, é o da ordem pública. Segurança sempre foi sinônimo de ordem. No Brasil, desde o período colonial, passando pelo Império e pela República, e de forma ainda mais clara durante o Estado Novo e a Ditadura Militar, buscou-se proporcionar segurança a partir da manutenção da ordem.