Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 26 de dezembro de 2020

O viajante

 O viajante

Matsuo Bashô nasceu determinado a ser samurai, mas renunciou às guerras e foi poeta. Poeta caminhante.
Um mês depois de sua morte, lá pelo ano de 1694, os caminhos do Japão já sentiam falta dos passos de suas sandálias de palha e das palavras que deixava penduradas nos tetos que davam albergue. Como estas:

Os dias e os meses são viajantes da eternidade.
Assim passam os anos.
Viajam cada minuto de seus dias os que navegam o mar ou cavalgam
a terra, até que sucumbem debaixo do peso do tempo.
Muitos velhos morrem na viagem.
Eu só sucumbi à tentação das nuvens, as andarilhas do céu.

Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), 2ª Edição, L&PM Editores, 2012, página 405

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Clique na imagem abaixo para saber mais sobre Matsuo Bashô

Hoje na História: 28/11/1694 - Morre o poeta japonês Matsuo Bashô, mestre do haikai

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Carroça de Mamulengos e Dona Zefinha — Menino Rei

 Sexta, 25 de dezembro de 2020

Publicado no Youtube pelo canal


Duas famílias! Dois universos artísticos! Múltiplas formas de arte! E foi assim que o Grupo Carroça de Mamulengos (Juazeiro do Norte - Ce) e o Grupo Dona Zefinha (Itapipoca - Ce) em uma imersão ceno-musical que registraram de forma poética, lírica e cômica a canção “Menino Rei” de autoria de Jaime Sandoval. E nesse espírito Natalino que estas famílias têm o prazer de apresentar o vídeo de celebração desse encontro que ficará marcado pela resistência do fazer artístico! Um viva às famílias! Um viva às artes! Feliz Natal e um 2020 de muita energia, paz e amor! Nosso agradecimento especial a todos e a todas que contribuíram desse emocionante momento!
Curta e compartilha! Vídeo completo disponível nos canais do Youtube: Dona Zefinha e Carroça de Mamulengos.

A viagem do Sol

Dezembro

25

A viagem do Sol

Jesus não podia festejar seu aniversário, porque não tinha dia de nascimento.
No ano de 354, os cristãos de Roma decidiram que ele havia nascido em 25 de dezembro.
Nesse dia, os pagãos do norte do mundo celebravam o fim da noite mais longa do ano e a chegada do deus Sol, que vinha para romper as sombras.
O deus Sol tinha chegado a Roma vindo da Pérsia. Era chamado de Mitra.
Passou a se chamar Jesus.

Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), 2ª Edição, L&PM Editores, 2012, página 403.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Você pensa que todo mundo é filho de Papai Noel? Pensa errado

Quinta, 24 de dezembro de 2020 

Simone canta Boas Festas

Boas Festas
Autor Assis Valente

Anoiteceu
O sino gemeu
A gente ficou
Feliz a cantar
Papai Noel
Vê se você tem
A felicidade
Pra você me dar.
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
Bem assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel
Não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem.

Covid-19: MPDF cobra do governo do DF plano estratégico de comunicação; só funciona se for na base do tranco?

Quinta, 24 de dezembro de 2020

GDF deve prestar informações sobre as ações previstas para sensibilizar a população


Do MPDF

A força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que acompanha as medidas de enfrentamento à Covid-19 requisitou ao GDF informações sobre o plano de comunicação referente à pandemia. O documento foi enviado à Secretaria de Comunicação nesta terça-feira, 22 de dezembro.

O Distrito Federal tem cinco dias para prestar informações sobre a existência de um plano de estratégico de comunicação; quais as ações contempladas no plano, considerando os diferentes públicos e mídias; se existe intenção de promover campanha de sensibilização sobre as medidas de proteção sanitária; se existe intenção de promover campanha sobre o plano distrital de vacinação contra a Covid-19.

No documento, o coordenador da força-tarefa, procurador de Justiça José Eduardo Sabo, lembra que houve aumento do número de infectados no Distrito Federal nos últimos dias. “Há necessidade de um plano estratégico de comunicação para que as pessoas sejam conscientizadas. Falta pouco para sermos vacinados, mas os cuidados permanecem importantes”, afirmou.

Clique aqui para ler o ofício. 

Projeto 4 Cantos - Luigi Bertolli - Bate o Sino

Quinta, 24 de dezembro de 2020


Música gravada com músicos dos 4 cantos do país, integrante do DVD exclusivo da Luigi Bertolli, 4 Cantos. Autor da obra original "Sino de Belém": Ewaldo Ruy Direção: Betão Aguiar Produção Musical: Betão Aguiar e Chico Salem Direção de Fotografia e Câmera: Arthur Roessle e Carina Zaratin Direção de Produção: Mara Zeyn Roteiro e Montagem: Haná Vaisman Assistente de Montagem: Cristian Bueno 3ª Câmera e Still: Samuel Macedo Técnico de som Direto: Felipe Magalhães Músicas Mixadas por: Gustavo Lenza no Estúdio Navegantes / SP Masterizado por: Carlinhos Freitas no Classic Master / SP Gravado por: Felipe Magalhães e Chico Salem - Unidade Móvel Nagoma Assistente de gravação: Silvio Carreira Correção de Cor: Marco Del Fiol Coordenação de Finalização: Milena Machado

Celso Viáfora em "Papai Noel de Camiseta"

 Quinta, 24 de dezembro de 2020

Clique na imagem acima para ver o vídeo


Celso conta como nasceu sua parceria com Ivan Lins, e canta 'Papai Noel de Camiseta', composição própria, que Ivan Lins também gravou.


PAPAI NOEL DE CAMISETA
Celso Viáfora
Papai Noel irá chegar de camiseta
metido num chinelo e de bermuda jeans
tocando agogô invés de uma sineta
cantando do xará o “Palpite Infeliz”
então, será Natal


A noite vai ser mais feliz
Estenderá uma toalha na sarjeta
em qualquer praça de subúrbio do País
trará cachaça, arroz, feijão, a malagueta
doce de leite, balas de goma e quindins
aí será Natal
 

A noite vai ser mais feliz
E surgirão blocos mirins
de suas camas de jornal
e dragqueens
os reis magros do carnaval
de pé no chão
os solitários da paixão
um tamborim
alguém trará um violão
um bandolim
e a multidão vai sambar com a batida dos sinos


Ali no morro nascerá mais um menino
e, no primeiro sol, virão os bentevis
Num dia de natal
a gente pode ser feliz
 

Papai Noel existe

 Quinta, 24 de dezembro de 2020


Papai Noel existe

Por Gilvan Rocha*
É claro que o “bom” velhinho existe para as crianças ricas, crianças da classe média e filhos de alguns poucos assalariados. Para a multidão de pobres e miseráveis, o Papai Noel não passa de um velhinho faltoso, que povoa o imaginário dessas crianças, filhas dos despossuídos. Para esses, tudo termina numa tremenda frustração. Essa realidade é lamentável, muito dolorosa.

Temos que convir, o capitalismo é assim mesmo, bom para uns poucos e razoável para um punhadinho de aquinhoados. Para o resto da população, para o povão, o máximo que ele pode reservar é o menos ruim. Assim é que lutamos por transporte menos ruim, moradia menos ruim, escola menos ruim, hospital menos ruim, salário menos ruim... O bom mesmo fica restrito, como já dissemos, à burguesia e alguns setores da classe média.

Por outro lado, Papai Noel existe sim, não só como fantasia e, sim, como um grande vendedor, que traz lucros para os comerciantes de plantão. Essa é nossa dura realidade e devemos nos empenhar em transformá-la.

*Morto em 26/12/2014

Eu não gosto de você Papai Noel. Crônica do Natal Capira

Quinta, 24 de dezembro de 2020

Rolando Boldrin

Crônica do Natal Caipira

Monólogo do Natal - Aldemar Paiva 

Eu não gosto de vancê, Papai Noé!
 
Tamém não gosto desse seu papé de vendê ilusão pra tar da burguesia.

Se os meninu pobre da cidade soubessem o desprezo qui ocê tem, pelos humirde, pela humirdade eu acho que eles jogava pedra em sua fantasia.
 
Você talvez vancê nem se alembra mais.
 
Eu cresci, me tornei rapaz, sem nunca me esquecê, daquilo que passô.
 
Eu lhe escrevi um biete, pedindo um presente a noite inteira eu esperei contente, chegou o sor, mais vancê num chegou.
 
Dias depois, meu pobre pai, cansado, me trouxe um trenzinho véio, enferrujado, e me ponhou ansim na minha mão e me oiando baixinho me falou: toma, é pra vancê, foi papai noé que mandou. E vi quandu ele adisfarçou umas lágrima cum a mão.

Eu alegre e inocente nesse caso, pensei que o meu biete embora cum atraso tinha chegadu em suas mão, no fim do mês.
 
Limpei ele bem limpado, dei corda, o trem partiu, deu muitas vorta, meu pai então se riu e me abraçô pela urtima vez.

O resto, eu só pude cumpreender quando cresci e comecei a ver as coisa com a realidade.
 
Um dia meu pai chegou ansim, cum quem tá cum medo e falou pra mim: me dá aqui aquele seu brinquedo daqui vou trocá por outro na cidade. 
 
Entônce eu entreguei pra ele o meu trenzinho quase a soluçá.
 
E, como quem não quer abandoná um mimo, um mimo que lhe deu, quem lhe qué bem, eu supriquei medroso: ô pai eu só tenhu ele! Eu num quero outro brinquedo, eu quero aquele. Por favor pai, num vá levá meu trem?
 
Meu pai calô e pelo seu rosto veio descendo uma lágrima que, inté hoje creio, tão pura e santa ansim só Deus chorou!
 
Ele saiu correnu bateu a porta, ansim como um doido varrido minha mãe gritou; pra ele: José! ele num deu orvido. Foi embora e nunca mais vortô.
 
Vancê, Papai Noé, vancê me transformou num homem que hoje a infância arruinô. Sem pai e sem brinquedo.
 
Afiná, dos seus presentes, num ai um que sobre da riqueza do menino pobre que sonha o ano inteiro com a noite de natá.
 
Meu pobre pai coitado, mar vestido, pra num me vê naquele dia desiludido, pagô bem caro a minha inlusão, num gesto nobre, humano e dicisivo, ele foi longe demais pra me trazer aquele lenitivo, tinha robado aquele trem do filho do patrão.
 
Quando ele sumiu, pensei que tinha viajadu, no entanto, minha mãe despois deu grande, me contou em pranto que ele foi preso coitado e tranformadu em réu.
 
Ninguém pra absolvê meu pai se atrevia. 
 
Ele foi definhando na cadeia, inté, qui um dia, Deus entrou na sua cela e o libertô pro céu.

Quem não tem projeto próprio é condenado a encampar o projeto do adversário

Quinta, 24 de dezembro de 2020
Por

Este não é o melhor momento para pensarmos nas eleições de 2022. Ainda temos um longo percurso a vencer, e 2021 se anuncia sombrio: recidiva da pandemia, fim do auxílio emergencial, desemprego, fome e desalento. Essa discussão, que logo descamba para a cogitação de nomes, não nos ajuda, quando já estamos tão divididos, e mal-saídos de um pleito cujos resultados não podemos comemorar. Ademais, relega a plano secundário a questão central, qual a definição do caráter da luta que as circunstâncias de hoje impõem: o quadro político que nos angustia desde o golpe de estado de 2016, com o governo Michel Temer, o lawfare contra as esquerdas e finalmente a ascensão do bolsonarismo, com os desdobramentos conhecidos. O combate ao governo é o imã aglutinador das forças políticas de oposição, superando seus variados matizes ideológicos. Espera-se que tenham todos, pelo menos a partir de agora,  o compromisso da defesa da soberania popular e da ordem democrática abalada desde a deposição de Dilma Rousseff, afastada da presidência sem crime de responsabilidade. O ponto de referência é a constituição de 1988 e os princípios fundamentais que consagra, nomeadamente aqueles contidos em seu artigo 3°: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Os desafios se colocam para todas as forças que hoje conformam as oposições brasileiras, e compreendem tanto as esquerdas e suas divisões quanto os atores políticos deste vasto campo denominado “democrático”, sob cujo guarda-chuva  abrigam-se aquelas forças e segmentos sociais que se apresentam como comprometidos com a preservação da ordem política derivada da soberania popular e expressa na ordem constitucional, em cujos limites, aos quais não é estranho o eventual impeachment do presidente, se circunscrevem os espaços de nossa luta. A prioridade democrática fala aos meios da luta e ao seu fim, a proteção dos direitos fundamentais de liberdade e de igualdade e o de resistência às tiranias (e seus assemelhados modernos).

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Risco em Alta: Com mais 961 mortes, Brasil ultrapassa marca de 189 mil vítimas da covid. É uma morte a cada um minuto e meio, ou 40 a cada hora. Isso não é gripinha, 'talkey?'

Quarta, 23 de dezembro de 2020

Do


O título da matéria do Brasil de Fato é:

Com mais 961 mortes, Brasil ultrapassa marca de 189 mil vítimas da covid


Doença avança à medida que cuidados retroagem; IBGE aponta que somente 11,1% da população seguem rigorosamente isolados

Brasil de Fato | Fortaleza (CE)
 

Paciente em tratamento intensivo para covid-19 na Santa Casa de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul - Silvio Ávila/AFP

A pandemia do coronavírus fez novas 961 vítimas no país nas ultimas 24 horas, segundo boletim diário do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com isso, o avanço descontrolado da covid-19 fez o Brasil ultrapassar a marca de 189 mil mortos nesta quarta-feira (23), chegando a 189.220 óbitos causados pela doença.

O Papa Francisco “santifica” Dom Helder, aquele que chamavam “comunista”

Quarta, 23 de dezembro de 2020

“Quando me ocupo dos pobres, dizem de mim que sou um santo; mas, quando me pergunto e lhes pergunto: ‘Por que tanta pobreza?’, chamam-me ‘comunista."

Do IHU

Instituto Humanitas Unisinos

Ficar do lado dos mais pobres, daqueles com que ninguém quer ficar, é algo que nos santifica, mas que também nos coloca na mira dos donos do sistema que controla uma economia que mata. Ao longo da história foram muitos os homens e mulheres que foram crucificados por ter essa atitude. Podemos dizer que o Papa Francisco, desde o início do seu pontificado escolheu o lado dos pobres e daqueles que sempre se posicionaram do lado dos que não contam.

A reportagem é de Luis Miguel Modino

No Discurso à Cúria Romana para as Felicitações de Natal, pronunciado nesta segunda-feira, 21 de dezembro de 2020, que tradicionalmente tem sido uma oportunidade para nos mostrar a dimensão profética de um Papa que não duvida em denunciar os pecados da Igreja, Francisco refletia de novo sobre a importância do pobre na vida daquele que quer caminhar com Deus. Em suas palavras, ele afirmava que “só conhece verdadeiramente a Deus quem acolhe o pobre que vem de baixo com a sua miséria e que, precisamente nestas vestes, é enviado do Alto; não podemos ver o rosto de Deus, mas podemos experimentá-lo ao olhar para nós quando honramos o rosto do próximo, do outro que nos ocupa com as suas necessidades”.

Alguém que se posicionou em favor do cuidado e da defesa dos mais pobres foi Dom Helder Câmara, um dos bispos mais destacados da Igreja do Brasil no século XX. Lembrando que “os pobres são o centro do Evangelho”, o Papa Francisco recordava, sem citar o nome, as palavras daquele de quem tem sido iniciado seu processo de canonização, mas que no coração do povo e do Papa, ele é santo: “recordo o que dizia aquele santo bispo brasileiro: “Quando me ocupo dos pobres, dizem de mim que sou um santo; mas, quando me pergunto e lhes pergunto: ‘Por que tanta pobreza?’, chamam-me ‘comunista’”.

Aqueles que chamavam comunista a Dom Helder, ou os filhos deles, são os mesmos que hoje chamam comunista ao Papa Francisco. Os dois cometeram o mesmo “pecado”, denunciar um sistema que gera pobreza. O poder político e econômico são frequentemente aliados, fazendo com que o sofrimento se espalhe no meio daqueles que a sociedade coloca do lado de fora. A pandemia tem escancarado mais uma vez essa realidade, como dizia o Papa Francisco à Cúria, lembrando suas palavras pronunciadas no dia 27 de março: “A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades”.

Em suas palavras, seguindo o escrito em Fratelli tutti, o Papa Francisco lembrava “como é importante sonhar juntos! (...) Sozinho, corres o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é juntos que se constroem os sonhos”. Suas palavras nos lembram uma frase de Dom Helder, escrita numa carta endereçada a Jerônimo Podestá, no início dos anos 80: “Quando se sonha sozinho é apenas sonho. Quando sonhamos juntos é apenas o começo da realidade”. Podemos dizer que Dom Helder foi alguém que teve a capacidade de construir caminhos comuns, a partir dos pequenos, dos que não contam, mostrando que a soma dos pequenos constrói coisas grandes, igual Jesus nos mostra no Evangelho.

Dom Helder, exemplo de uma Igreja presente nas periferias geográficas e existenciais, que vivia de maneira simples na Igreja das Fronteiras, nunca se afastou dos pobres, mesmo sendo perseguido abertamente pela Ditadura Militar, que foi instaurada no Brasil, pouco tempo depois dele ser nomeado arcebispo de Olinda e Recife. Vigiado dia e noite, com proibição expressa de citar seu nome na imprensa, ele nunca deixou de denunciar no exterior o que estava acontecendo no Brasil, se tornando uma pedra no sapato de um sistema que ao longo de 20 anos provocou censura rigorosa, perseguições políticas, prisões arbitrárias, torturas e mortes nos cárceres. Mesmo assim, mesmo diante de tantas crises vividas, ele sempre ficou firme e do lado dos pobres, no caminho da santidade.

Negada liminar a policiais presos por exploração de jogos de azar

Quarta, 23 de dezembro de 2020

Do STJ* 

​Dois policiais acusados de integrar uma organização criminosa que explora jogos de azar em Belo Horizonte tiveram pedido de liminar em habeas corpus negado pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, nessa segunda-feira (21).

STF: Suspensa ordem de retirada de indígenas de terra em disputa na Bahia

Quarta, 23 de dezembro de 2020

Do STF — 23/12

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu decisão judicial que havia determinado a reintegração de posse em área localizada em Una (BA), objeto de litígio entre a Comunidade Indígena Tupinambá de Olivença e a Ilhéus Empreendimentos S.A. A decisão, liminar, foi proferida na Reclamação (RCL) 45260.

Segundo a decisão do juízo da Vara Federal Cível e Criminal de Ilhéus (BA), os indígenas teriam prazo de 20 dias para sair da área em disputa, correspondente a cerca de 30 lotes do empreendimento Canto das Águas. Após o vencimento do prazo, foi autorizado, se necessário, o uso de força policial, com acompanhamento da Polícia Federal.

MPF processa rádio e radialistas de Belém (PA) por discurso de ódio e xenofobia contra indígenas Warao

Quarta, 23 de dezembro de 2020

Ação pede que Justiça determine veiculação de conteúdo proposto por indígenas, além de pagamento de indenização aos Warao

(Imagem ilustrativa por Tommy Lopez, em licença livre, via pexels.com)


O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública contra a emissora de rádio Marajoara, responsável pela rádio Mix FM, em Belém (PA), e contra os radialistas Raimundo Nonato da Silva Pereira e Hailton Pantoja Ferreira pela veiculação de discurso de ódio, preconceito, discriminação e xenofobia contra os indígenas da etnia Warao, originários de onde hoje é a Venezuela.

O programa citado na ação foi ao ar em agosto de 2018. Em alguns minutos de conversa entre o locutor Nonato Pereira e o repórter Hailton Ferreira, o Jimmy Night, diversas vezes os indígenas foram chamados de "vagabundos", entre outros preconceitos e ofensas.

O MPF pediu à Justiça que seja determinada a veiculação pela rádio, por pelo menos um ano, de conteúdos propostos pelos próprios Warao, além do pagamento, pela empresa e pelos radialistas, de R$ 300 mil em indenização por danos morais coletivos aos indígenas.

MPF denuncia ex-deputado do Podemos flagrado com R$ 2 milhões em espécie por lavagem de dinheiro

 Quarta, 23 de dezembro de 2020

José Adail, partido Pode. Foto site da Câmara dos Deputados

 

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Do MPF

Ex-deputado foi preso em flagrante em novembro deste ano durante segunda fase da Operação Km Livre


O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Federal o ex-deputado federal José Adail Carneiro Silva pelo crime de lavagem de dinheiro. Adail foi preso em flagrante em novembro deste ano, em Fortaleza (CE), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na segunda fase da operação Km Livre.

O ex-deputado foi flagrado com R$ 2 milhões em espécie, escondidos em caixas de aparelhos de televisão e em sacos plásticos, na sede de uma empresa de locação de veículos na capital cearense. Na denúncia, além da condenação por lavagem de dinheiro, o MPF requer a manutenção da prisão preventiva do investigado e a perda, em favor da União, de todo o montante apreendido.

"Bonito! Não chora não!" Mas, se não aguentar, pode chorar. Emocionante a Cantata de Natal para pacientes internados do HRG —Hospital Regional do Gama (DF). Pacientes, cantores e músicos foram às lágrimas. E quem não iria? Veja o vídeo

Quarta, 23 de dezembro de 2020

Esta postagem foi originalmente colocada aqui no Blog Gama Livre no dia 26 de dezembro de 2018.

A Cantata de Natal aconteceu a partir das 18 horas do dia 24 de dezembro, véspera de Natal de 2018. E de surpresa para os pacientes. Pura emoção. O vídeo acima, postado no Youtube pelo Blog Gama Livre, foi gravado pelo paciente Ediron Caetano Fernandes, que autorizou seu uso.

Um exemplo de belas ações que são realizadas por servidores do hospital e gente da comunidade.

Um viva pra todos eles!

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Presidente do STJ concede, com restrições, prisão domiciliar ao prefeito Marcelo Crivella; usará tornozeleira eletrônica e fica proibido de contatos com terceiros

 Terça, 22 de dezembro de 2020

Em liminar deferida na noite desta terça-feira (22), o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Humberto Martins, substituiu a prisão preventiva do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), pela prisão em regime domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.

Além disso, o prefeito está proibido de manter contato com terceiros; terá que entregar seus telefones, computadores e tablets às autoridades; está proibido de sair de casa sem autorização e proibido de usar telefones.

Questionamento sobre a distorção dos subsídios no Brasil

Terça, 22 de janeiro de 2020 

Por

Salin Siddartha*

Subsídio é um conceito econômico utilizado para qualquer caso em que o Estado pague parcialmente ou totalmente por uma utilidade a ser usufruída por um terceiro. Pode ser criado para cobertura de custos, como um suporte para tornar viável a realização de empreendimentos, obras de interesse público ou prestação de serviços de interesse ou utilidade pública.


Economicamente, o subsídio pode ser tarifário, para investimento ou cruzado. O subsídio é tarifário quando, mediante prévia autorização legislativa, o Estado paga a um prestador de serviço público parcela do custo do serviço para reduzir o valor da tarifa ao usuário desse serviço. É para investimento quando um ente governamental transfere recursos a uma empresa estatal ou privada a fim de realizar investimentos em uma infraestrutura para a prestação de serviços públicos. O subsídio é cruzado quando um usuário custeia parte do serviço a ser provido a outro usuário.

Do ponto de vista contábil, o subsídio é registrado como subvenção ou como transferência de capital. É uma subvenção quando custeia as atividades empresariais para cobrir déficits operacionais; é transferência de capital quando o subsídio realiza investimento. O subsídio não é uma contraprestação, já que esta se refere ao pagamento em contrato bilateral e aponta para alguma proporcionalidade entre as obrigações das partes – situando, de um lado, o pagamento e, do outro, o serviço prestado ou o título ou direito sobre o bem que foi transferido pelo contratado.

O subsídio sofre distorção no Brasil, já que, quando um governo subsidia, disponibiliza os meios políticos para aquisição de receita e pode penalizar coercitivamente a eficiência para beneficiar a ineficiência, deformando o sistema produtivo. Apesar de ele caracterizar-se, na maior parte das vezes, como uma inversão contrária aos interesses do bom andamento da economia, acontecem situações em que há legítima utilização subsidiária, pois existem inegáveis casos em que o governo não tem alternativa racional que não seja a de subsidiar uma área produtiva, seja ela pertencente ao setor primário, secundário ou terciário. É quando o mercado sofre falhas que não permitem que ele se ajuste sozinho, exigindo intervenção governamental em prol do bem-estar da sociedade. Afinal, a título de ilustração, um governo não deve ficar inerte em face da possibilidade de falência de um grande banco, ou de os produtores nacionais verem-se sem condições de concorrer em pé de igualdade com empresários estrangeiros, por exemplo.

Também ocorrem casos em que se torna impossível deixar de atender a estados emergenciais ou de calamidade que se instauram, sem que haja uma iniciativa subsidiária temporária até que se suceda a homeostasia do fator de desequilíbrio social ou econômico; como, por exemplo, quando se precisa desenvolver mecanismos de acesso a subsídios para a recuperação de áreas degradadas, por meio da recomposição dos biomas naturais em propriedades rurais. Só que, no Brasil, existe uma banalização do instituto do subsídio, sangrando os cofres do País e prejudicando a livre concorrência em que se equilibra o mercado. É uma distorção que advém de nossa época colonial e que se espraiou como hábito defendido e executado como prática intervencionista. É preciso analisar os prós e os contras alegados por quem defende o subsídio de forma ilimitada e absoluta e por quem delimita as suas abrangências necessárias.

Há subsídios que podem prejudicar o processo de produção de mercadorias que deixam de ser tão lucrativas quanto a que é subsidiada; haja vista eles direcionarem o conjunto das decisões do mercado para um contexto de variáveis diferenciadas e de forte influência sobre os resultados, existe sempre uma tendência a que o empresariado abandone a produção de outros produtos para se concentrar no que é favorecido pela política econômica do governo. Os subsídios governamentais tornam mais atrativo o setor beneficiado, podendo acarretar deformação no mercado em razão de os produtores perceberem a vantagem de concentrar seus empreendimentos no óbvio diferencial lucrativo oferecido pelos subsídios, conduzindo ao risco de, ao diminuir a oferta dos demais produtos, acontecer um aumento dos preços, prejudicando os consumidores.

É necessário saber até que ponto a intervenção dos governos, a fim de gerar benefício a determinado segmento do mercado, cria custos possibilitadores de malefícios, se deixar de atender a certas necessidades, em decorrência do desvio de recursos, para robustecer uma atividade produtiva em detrimento de outras. Isso leva aos seguintes questionamentos: em que grau a concessão de subsídio governamental a certo empreendimento que não tem revelado ser suficientemente lucrativo para a iniciativa privada poderia escorar-se em argumentos de que isso torna possível a geração de mais emprego, promove o desenvolvimento, e dá, desse modo, uma importante contribuição para o progresso da economia? E em que grau seria algo benéfico do ponto de vista do interesse público, justificando a ação subsidiária do governo? É mister explicar como o aumento da produção favorecida pelo subsídio governamental pode contrastar com o ônus imposto sobre a produção e consumo de outros setores do mercado interno, que terão de pagar por essa política de governo. Afinal de contas, subsidia-se algo com a arrecadação de impostos que estão onerando a produção de mercadorias ou sendo arcados pelos consumidores. 

Outros questionamentos são em que limite as empresas menos rentáveis terão condição de aumentar seus lucros e sua produção, enquanto as empresas que costumam ter maiores receitas terão de restringir sua produção e seus lucros, estando em vigor a aplicação de subsídios para aquelas? Quando o subsídio deve ser considerado como benefício à Nação, e quando tais “benefícios” significam apenas que certo número de empresas estará operando de forma tal que, se não fossem os subsídios, seriam pouco ou quase nada lucrativas? Ou seja, que subsídio é um privilégio que o Estado concede a empresas ineficientes, ao utilizar recursos provenientes de impostos para pagar parte do custo da produção de empresas pouco viáveis, e que subsídio é uma justa medida governamental para atender a uma demanda saneadora de problemas econômicos e/ou sociais?

Cruzeiro-DF, 22 de dezembro de 2020

SALIN SIDDARTHA

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Este artigo foi publicado originariamente nesta terça (22/12) no Jornal InfoCruzeiro