Segunda, 11 de julho de 2016
Do Sinpro/DF
Ao contrário do que vinha apregoando, o GDF quer mesmo entregar a
educação e outros serviços públicos essenciais à iniciativa privada,
precarizando o trabalho e seus trabalhadores.
Edital publicado no Diário Oficial do DF, nesta segunda-feira (11/7),
faz um chamamento público para que entidades da iniciativa privada se
qualifiquem como Organização Social (OS), dirigidas ao ensino, à
cultura, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à
saúde.
Em outras palavras, a ordem no GDF é sim precarizar e terceirizar a
educação pública, entregando-a ao setor privado. Caso contrário, não
haveria lógica em fazer tal “chamamento”.
Especialistas afirmam que importar para a área da educação a lógica
do mercado como forma de acelerar a melhoria e a racionalização da
educação, ignorando o passivo histórico e adotando o monitoramento de
metas restritas sob pressão, é extremamente perigoso e danoso para a
educação pública.
Além de todo retrocesso em direitos dos trabalhadores e da busca por
uma educação pública de qualidade à toda sociedade, a privatização
escancara uma série de problemas:
– Destruição da escola pública de gestão pública (não é fácil voltar a
ter gestão pública depois que se privatiza, pois os gastos com educação
se acomodam em um patamar mais baixo);
– destruição do magistério público e de sua dignidade, precarizando o
professor que pode ser demitido a qualquer hora ao sabor da gestão;
– a contratação temporária de profissionais não será mais feita diretamente com o GDF, mas com a OS;
– produção de alta rotatividade de professores, pelos salários mais baixos e excessiva pressão;
– transformação da educação em treino para o teste para aumentar média da escola e permanecer com o contrato;
– estreitamento curricular marcado pela atenção somente a disciplinas
que caem nos exames: português e matemática, com prejuízo das demais;
– desnacionalização progressiva da formação da juventude com a
entrada de grandes corporações nos processos de disputa por concessão da
gestão das escolas, após constituído o mercado;
– as terceirizadas procuram não atender pessoas com necessidades
especiais e evitam os mais pobres por serem mais difíceis e caros de
ensinar.
A diretoria colegiada do Sinpro-DF entende que qualquer iniciativa de
privatização das escolas públicas implica na desvalorização do
profissional, podendo haver o descumprimento do plano de carreira,
mudanças em pisos salariais, carga horária, etc. “É um desrespeito”,
ressaltaram os diretores, afirmando que, em momento algum, permitirão a
implantação deste tipo de sistema – nocivo aos professores e à
sociedade.