Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 3 de abril de 2019

A conta do doutor

A conta do doutor


Há três mil e setecentos anos, o rei da Babilônia, Hamurabi, estabeleceu por lei as tarifas médicas, ditadas pelos deuses.

Se o médico curou com sua lanceta de bronze uma ferida grave ou o abcesso em um olho de homem livre, receberá dez shekels de prata.
Se o paciente é de família pobre, o médicos receberá  cinco shekels de prata.
Se o paciente é escrava de um homem livre, seu senhor pagará ao médico dois shekels de prata.
Serão cortadas as mãos dos médicos se o seu tratamento tiver causado a morte de um homem livre ou provocado a perda de um olho.
Se o tratamento causou a morte do escravo de um homem pobre, o médico lhe entregará um escravo seu. Se o tratamento tiver causado a perda de um olho do escravo, o médico pagará a metade do preço do escravo.

Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias.
2ª Edição, 2012, página 121. L&PM Editores.