Sexta, 5 de abril de 2019
Da Coluna de
Helio Fernandes*
MARATONA DE 7 HORAS, DESCONTROLA PARTICIPANTES DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Debates como esse deveriam ter um limite de duração. No máximo 2 ou 3 horas. Interesses colossais e a conquista de objetivos ainda maiores, tiram a tranquilidade dos mais experientes e experimentados. Só podia terminar como terminou, interrompida com o que parecia com uma briga de rua. O personagem mais importante, o super ministro da Economia, não respeitava a oposição. Esta, por sua vez atirava no coração do ministro.
A oposição, que não irá votar (prefere não dar número) nunca foi tão vibrante e veemente. Seus representantes acusavam o ministro de mandar um projeto para a Câmara, e debater outro inteiramente diferente. Em suma: colocavam o ministro praticamente como mistificador ou até mesmo mentiroso. Os oposicionistas estavam muito bem informados. E manejavam números com segurança.
Um deputado do PT, com o final do projeto do governo na mão, acusou o ministro de falsear "uma diferença de 900 BI" que seria paga pelo povo. Paulo Guedes aí se perdeu inteiramente, fez uma comparação sem nenhuma base, entre o que chamou de "gastos da Previdência do passado, de 700 BILHÕES", e o que é destinado no orçamento para a
educação, 70 bilhões. Fez questão de ressaltar: "10 vezes menos".
Imprudentemente, chamou de "gastos da Previdência no passado", quando na verdade, esses 700 bilhões representam o total devolvido ao contribuinte, que passou dezenas de anos contribuindo, para finalmente receber quando aposentado. Já a educação, tem a verba orçamentária, fixa, de 70 bilhões.
PS- A grande derrotada dessas 7 horas de confronto, foi a reforma da Previdência.
PS2- A partir de hoje, quem entra em campo, pessoalmente, é o próprio Bolsonaro.
PS3- Vai tentar ganhar votos, manejando o que chama de "nova forma de fazer política".
PS4- Dialogando (?) com o que existe de mais indefensável na velha, perdão, VELHÍSSIMA política.
Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa.
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Do Gama Livre:
Brilhante em sua análise o 'Mestre Helio Fernandes', como era sempre tratado pelo também Mestre do jornalismo Carlos Chagas)