Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 8 de abril de 2019

O ministro da deseducação, estrangeiro irresponsável, quer reescrever a História do Brasil; O Datafolha pesquisou o 31 de março, fez uma pergunta com duas resposta. E fulminou Bolsonaro e o presidente

Segunda, 8 de abril de 2019
Por
Helio Fernandes*

É a primeira vez que um estrangeiro é feito ministro. Afronta e desconsideração com brasileiros que ocuparam o cargo e outros que poderiam ocupar. E onde ele estava há 56 anos? Provavelmente nascendo na Colômbia. Em matéria de ensino e de administração, fracasso absoluto e completo. Do ponto de vista administrativo, nomeou e demitiu para cargos de alta confiança, 12 pessoas que não sabem a razão de terem entrado e de terem saído.

Ante ontem demitiu o Assessor Especial e o Secretario Executivo. Isso é importante, mas há mais e muito mais grave. Sua obsessão, agora é mostrar ou provar que "não houve ditadura no Brasil". Apesar de estrangeiro, tem ideias próprias sobre o assunto. Quer que os livros oficiais, ensinem às novas gerações, que não houve golpe ou  ditadura. E sim a implantação de um "sistema democrático de força".
Enquanto as palavras brigam entre si, não consegue nem o apoio dos militares. E a prova indiscutível da sua falta de caráter. Indicado para o cargo pelo guru Olavo de Carvalho, o mesmo Olavo de Carvalho, pediu a sua demissão diretamente a Bolsonaro. O presidente riu e respondeu:  "Vamos esperar".

PS- Bolsonaro garantiu, isso em janeiro, que faria "avaliação dos 100 dias de governo".

PS2- Esses 100 dias se completam dentro de 48 horas, quarta-feira.

PS3- O estrangeiro da deseducação, resistirá?

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BOLSONARO CHEGOU DE VIAGEM NA QUARTA DE MADRUGADA, LOGO NA QUINTA SE REUNIU COM PRESIDENTES DE 6 PARTIDOS, CONVIDADOS PARA O PLANALTO


Valeu a pena? Em matéria de números e apoio para a aprovação da reforma da Previdência, menos do que zero. Bolsonaro tinha prioridade absoluta para a pressa do encontro. Ficou impressionado com a omissão de parlamentares do governo, que na véspera, durante  "7 horas, deixaram o ministro Paulo Guedes, brigar sozinho para defender a reforma da previdência". 

Pessoas ligadas ao presidente revelam que ele "considerou toda a sessão na CCJ um massacre". A palavra é exatamente essa. Mas Bolsonaro não conquistou nem reverteu 1 voto. O presidente de partido mais representativo, era Alckmin. Não pelo fato de ser presidente do PSDB, e sim pelos cargos que já disputou, incluindo duas vezes a presidência da República. (Sendo que na última, perdendo para o próprio Bolsonaro. E admite ser candidatar a prefeito  da capital em 2020).
Nenhum presidente de partido saiu do lugar comum: "Tenho compromisso com o Brasil, mas o projeto precisa de muita alteração". O único apoio incondicional, veio de ACM Neto, presidente do DEM e prefeito de Salvador. Não tinha nem alternativa. Seu partido ganhou 3 ministérios, tem o presidente da Câmara e do senado. E ainda por cima, é candidato a governador em  2022.
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DIAS TOFFOLI ALTEROU A PAUTA DO STF DA PRÓXIMA QUARTA
Grande expectativa pelo julgamento, IMPORTANTÍSSIMO do dia 10. Mais uma oportunidade para decidir sobre a prisão depois da condenação em segunda instancia. De 2009 a 2016, já se manifestaram sobre o assunto, contra e a favor, varias vezes. O STF tem apenas uma função-obrigação: "É o guardião da Constituição".
A Constituição é clara e taxativa: "O cidadão ou réu, só pode ser preso, depois do processo transitar em julgado, com todos os recursos, (incluindo o STF) examinados". Nos vários julgamentos, nobres, cultos e doutos ministros, violaram o que está escrito e determinado na Carta Magna. Com vários julgamentos terminando 6 a 5, contra ou a favor, mas certamente desrespeitando a Constituição.
O presidente do STF colocou a questão em pauta, sabendo que tem um complicador:  se cumprirem a Constituição, o ex-presidente Lula será libertado. Seus advogados têm 2 recursos. Um está no STJ, com a Turma designada, e o relator escolhido. Depois vai para o STF. Toffoli "tem medo" que o STJ cumpra a Constituição, e o processo chegue ao STF com Lula já em prisão domiciliar.
(Já tratei da questão, com exclusividade, antes da decisão absurda do presidente do STF).
8 ministros ficaram surpreendidíssimos. Toffoli só conversou com Gilmar Mendes e Lewandowski. (Quando eram da Segunda Turma, libertavam os acusados e presos pela Lava Jato. Diziam: "A Primeira Turma PRENDE, a Segunda SOLTA".
A "justificativa" de Toffoli para alterar a pauta: "O STJ está demorando  a julgar, o STF "não pode decidir apressadamente". Ninguém, perdão, muitos não respeitam a Constituição.
PS- Quando a questão será colocada novamente em pauta?
PS2- E se isso acontecer, a Constituição será respeitada?
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BOLSONARO SE RENDEU AO CONHECIMENTO DE MAIA
Enquanto Bolsonaro viajava e desperdiçava tempo, o presidente da Câmara conversava com parlamentares. Chegava a conclusões, que tornava públicas. Uma delas: "A ideia da CAPITALIZAÇÃO não sobrevive na Câmara". Paulo Guedes não se rendeu, afirmou na maratona da CCJ: "Posso reexaminar o projeto da capitalização, mas ainda não decidi".
90 por cento dos deputados vetam a capitalização. Bolsonaro voltou, falou com deputados sobre o assunto, examinou a analise de Maia, fez um pronunciamento. Textual: "A capitalização não é essencial ou indispensável, pode ficar para o segundo tempo".

Retrocesso ou recuo, habitual nele.
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O DATAFOLHA PESQUISOU O 31 DE MARÇO, FEZ UMA PERGUNTA COM DUAS RESPOSTAS. E FULMINOU BOLSONARO E O PRESIDENTE
O Instituto foi claríssimo e definitivo. Os entrevistados deviam responder se a data 31 de março, era para ser DESPREZADA ou COMEMORADA. A imensa maioria cravou conscientemente a primeira
palavra. Em todas as faixas de idade. Curiosamente, os mais moços e os mais velhos, foram os mais severos e categóricos.
Os que têm entre 16 e 24 anos, e os que têm acima de 59 anos, (sem limite) foram impiedosos. Votaram com convicção. O Datafolha ratificou a pesquisa feita pelo IBOPE, em janeiro, colocando Bolsonaro entre os
piores de todos os tempos (Comentando a pesquisa do IBOPE, escrevi: 

"Quando for publicado o levantamento do Datafolha, será muito pior, terá passado mais tempo. Não deu outro resultado".
Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha, (craque completo na matéria) escreveu minuciosa e profunda análise sobre o que aconteceu de janeiro até agora. É um trabalho brilhante, deixa o Bolsonaro chefe do governo e o Bolsonaro pessoa física, em posição insustentável.
PS- Não deixem de ler, é IMPERDÍVEL, como dizia meu brilhante amigo Helio Jaguaribe. Imperdível no CONTINENTE e no CONTEÚDO.

*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa.
Matéria pode ser republicada com citação do autor.